Chico Xavier - Coração Missionário

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Capítulo XXIX

Silêncio e perdão


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Dos heróis do Cristianismo, referentemente ao silêncio e ao perdão, destacaremos hoje Santo Antão que viveu mais de cem anos, de 250 a 356, dando exemplos de paz e amor ao Mundo Cristão, nascido em Coman, no interior do Egito, desde cedo abeirou-se da doutrina do Evangelho.

Filho, cedo sem o pai, a amorosa mãezinha deu-lhe um padrasto de modos rudes que aos dezenove anos lhe deu cruel espancamento, em vista de pesada calúnia de um serralheiro de que se fizera aprendiz.

Caluniado e indefeso, sofreu em silêncio a penosa agressão, com a expulsão do próprio lar.

Antão procurou o núcleo cristão a que pertencia e procurou nos textos a palavra do Senhor. Quando encontrou a parábola do moço rico (Mt 19:21) se deveria considerar as considerações do Divino Mestre, quando falou ao jovem: Se queres ser perfeito e caminhar para os céus, desprende-te de tudo a que te apegas, e distribui os teus pertences com os necessitados e os doentes; resolveu seguir à risca aquela afirmação e, depois de confortar o coração materno, retirou-se para uma paisagem deserta onde encontrou restos de uma choupana abandonada por seres primitivos e ali montou o seu ponto de apoio.

Nos primeiros dias, recebia da própria mãe um pão em cada dia por intermédio de um cão fiel que o servia, no entanto, dedicou-se à oração com os doentes que o procuravam em sua solidão. Foi tentado muitas vezes por amigos da sua juventude a buscar a vida de prazeres inúteis, resistindo a todos os encantos. Procurado constantemente pelos enfermos à influência da prece. Cresceu em popularidade, a ponto de ser buscado por pessoas eminentes e de todas as classes sociais; foi convidado por um seu amigo a confortar os cristãos martirizados pelo romano Maximiliano Daia, alteando-se em poder de curar doentes dentro da espécie.

Certo dia viu o Senhor a elevar-se em glória e luzes e, chamado a instruir os cristãos no Concilio de Niceia em 325, asseverou publicamente que vira o próprio Deus.

Cercado de doentes aos quais se entregou de coração, viu-se obrigado à mudança para uma praia do Mar Vermelho, aí continuou o seu ministério, sem jamais acusar o padrasto e serralheiro que o expulsara do próprio lar… Esse gigante da fé viveu 80 anos sem jamais se queixar, totalmente consagrado ao silêncio e ao perdão.

Trazemos esta memória à nossa reunião para demonstrar que o perdão e o silêncio devem assinalar a nossa jornada de paz, amor, verdade e luz, pois somente no silêncio e no perdão poderemos vivenciar uns com os outros a bendita doutrina de Jesus.




Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, na noite de 14.11.1998, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece em Uberaba - MG.



Bezerra de Menezes
Francisco Cândido Xavier


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