Chico Xavier e suas Mensagens no Anuário Espírita

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Capítulo LXI

Dinheiro parado


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Dinheiro que chega em paz,

Que as leis do bem não transgrida,

É sempre bênção de Deus

No passo de nossa vida.


Se não é posto em capricho

Nem vive parado em vão,

É sangue para o trabalho,

Apoio da educação.


Além disso pode ser,

Nas lides da toda idade,

O doador da esperança

E a base da caridade.


Dinheiro do amor fraterno,

Luz e consolo a caminho,

Amparo do coração

Que segue triste e sozinho…


Dinheiro, porém, na tranca,

Inútil, conosco, a sós,

Dinheiro desempregado

Costuma fugir de nós.


Confirmando o que observo,

Na presunção de estudar,

Registro a pequena história

Que peço para contar:


Grande sovina o velho Nico Frota,

Para seguir na prática da usura,

Só comia mingau com rapadura

E morava no mato da Marmota.


Dormia num colchão de palha e nota.

Mas chorava: “Ah! Meu Deus, a vida é dura!…

Se eu não andasse preso na pendura,

Não vivia sofrendo aqui na grota!…”


Certa noite, Nhô Nico, à luz de vela,

Recontava o tesouro na gamela,

Quando o fogo caiu na papelada…

Ele debalde corre, grita e clama!…

Num momento, contudo, a dinheirama

Era só labaredas, cinza e nada…




(Anuário Espírita 1970)



Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier


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