Chico Xavier - O Primeiro Livro

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Capítulo XXII

Capítulo XXII


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I


Na vida transitória da matéria

Julgava os homens corpos putrefatos,

Produtos de elementos correlatos,

Agregação de humor e de misérias.


E a alma? Função da carne deletéria

Cheia de instintos lúbricos, inatos,

Conduzia-me a análise dos fatos

Em sua enganadora periferia.


O cérebro era o centro aonde eu cria

Gerar-se a força plásmica do “plexus”

A candeia onde a luz se asfixia.


Resolvia os problemas mais complexos

E a própria luz da vida eu resumia

Na confusão erótica dos sexos.


II


Depois eu vi meus membros carcomidos

Transformarem-se em húmus fecundantes,

Em fibromas e larvas repugnantes

Na mansão soturnal dos esquecidos.


E vi desagregarem-se os tecidos

Transubstanciados e nauseantes,

Tendões e nervos, ossos perfurantes,

Tegumentos de terra apodrecidos.


Conhecendo-me pútrido, esquelético,

Levantei-me — figura de apoplético —

Congestionado em túrbida agonia.


Apalpei os meus órgãos assombrado,

E vendo a mim e ao corpo dessorado

Constatei que a minh’alma inda vivia!…


III


Reconheci que a vida que eu vivera

De misantropo cego pela ciência,

Em que neguei do Espírito a existência

Era a treva do mal que eu concebera.


Reneguei as lições que eu aprendera

Com o raciocínio em degenerescência,

Refundindo o clarão da inteligência

Na bondade do Pai de Quem descrera.


E desprezando o bisturi da ideia,

Exalto agora a rútila epopeia

Da excelsa luz que empolga os dias meus;


Vindo clamar a toda a humanidade: —

“Esquecei-vos da torva iniquidade!

Atrás da sombra existe a luz de Deus!”




Sessão de 07-03-1934.



Augusto dos Anjos
Francisco Cândido Xavier


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