Chico Xavier - O Primeiro Livro
Versão para cópiaCapítulo XXXVIII
IEu fui pedir à Natureza, um dia, Que me desse um consolo a tantas dores; Desalentado e triste, pressenti-a Cansada e triste como os sofredores. Encaminhei-me à porta da Agonia, Corroído por chagas interiores, Buscando a morte que me aparecia Como o termo anelado aos dissabores, Desvendando esse trágico segredo Que a alma decifra, pávida de medo, Com ansiedade e temores dos galés… Mas ah! que atroz remorso me persegue! Choro, soluço, clamo e ele me segue Nesse abismo que se abre ante os meus pés. IINinguém ouve na Terra esse lamento Da minha dor imensa, incompreendida, Nas pavorosas trevas desta vida Em que eu julgava achar o Esquecimento. Tenebrosa, essa noite indefinida, Cheia de tempestade e sofrimento, No país do Pavor e do Tormento Onde chora a minhalma enceguecida. Onde o não-ser, a paz calma e serena, Que me traria o bálsamo a esta pena Interminável, rude, dolorosa? Ninguém! Uma só voz não me responde! Sinto somente a treva que me esconde Na vastidão da noite tormentosa… IIISirva-vos de escarmento a dor que trago Na minhalma infeliz e sofredora, Este padecimento com que pago O desvio da estrada salvadora Aqui somente ampara-me esse vago Pressentimento de uma nova aurora, Quando terei os bens, o brando afago Da Luz, que está na dor depuradora. Agora, sim! depois de tantos anos De tormentos, em meio aos desenganos, Espero o sol de novas alvoradas De existências de pranto e de miséria, Para beber no cálix da matéria As essências das dores renegadas! |
Na sessão de 15-07-1933.
Essa mensagem foi também publicada pela FEB e é o 18º capítulo do livro “”
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