Chico Xavier - O Primeiro Livro

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Capítulo XXXVIII

Capítulo XXXVIII

I


Eu fui pedir à Natureza, um dia,

Que me desse um consolo a tantas dores;

Desalentado e triste, pressenti-a

Cansada e triste como os sofredores.


Encaminhei-me à porta da Agonia,

Corroído por chagas interiores,

Buscando a morte que me aparecia

Como o termo anelado aos dissabores,


Desvendando esse trágico segredo

Que a alma decifra, pávida de medo,

Com ansiedade e temores dos galés…


Mas ah! que atroz remorso me persegue!

Choro, soluço, clamo e ele me segue

Nesse abismo que se abre ante os meus pés.


II


Ninguém ouve na Terra esse lamento

Da minha dor imensa, incompreendida,

Nas pavorosas trevas desta vida

Em que eu julgava achar o Esquecimento.


Tenebrosa, essa noite indefinida,

Cheia de tempestade e sofrimento,

No país do Pavor e do Tormento

Onde chora a minhalma enceguecida.


Onde o não-ser, a paz calma e serena,

Que me traria o bálsamo a esta pena

Interminável, rude, dolorosa?


Ninguém! Uma só voz não me responde!

Sinto somente a treva que me esconde

Na vastidão da noite tormentosa…


III


Sirva-vos de escarmento a dor que trago

Na minhalma infeliz e sofredora,

Este padecimento com que pago

O desvio da estrada salvadora


Aqui somente ampara-me esse vago

Pressentimento de uma nova aurora,

Quando terei os bens, o brando afago

Da Luz, que está na dor depuradora.


Agora, sim! depois de tantos anos

De tormentos, em meio aos desenganos,

Espero o sol de novas alvoradas


De existências de pranto e de miséria,

Para beber no cálix da matéria

As essências das dores renegadas!




Na sessão de 15-07-1933.

Essa mensagem foi também publicada pela FEB e é o 18º capítulo do livro “”



Batista Cepelos
Francisco Cândido Xavier


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