Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo XXXIV

O tempo


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Todas as criaturas gozam o tempo — raras aproveitam-no.

Corre a oportunidade — espalhando bênçãos.

Arrasta-se o homem — estragando as dádivas recebidas.

Cada dia é um país — de vinte e quatro províncias.

Cada hora é uma província — de sessenta unidades.

O homem, contudo, é o semeador — que não despertou ainda.

Distraído cultivador — pergunta: “que farei?”

E o tempo silencioso responde — com ensejos benditos:

De servir — ganhando autoridade.

De obedecer — conquistando o mundo.

De lutar — escalando os céus.

O homem, todavia — voluntariamente cego,

Roga sempre mais tempo — para zombar da vida,

Porque, se obedece — revolta-se, orgulhoso,

Se sofre — injuria e blasfema,

Se chamado a contas — lavra reclamações descabidas.

Cientistas — fogem da verdadeira ciência.

Filósofos — ausentam-se das próprios ensinos.

Religiosos — negam a religião.

Administradores — retiram-se da responsabilidade.

Médicos — subtraem-se à Medicina.

Literatos — furtam-se à divina verdade.

Estadistas — centralizam a dominação.

Servidores do povo — buscam interesses privados.

Lavradores — abandonam a terra.

Trabalhadores — escapam do serviço.

Gozadores temporários — entronizam ilusões.

Ao invés de suar no trabalho — apanham borboletas da fantasia.

Desfrutam a existência — assassinando-a em si próprios.

Possuem os bens da Terra — acabando possuídos.

Reclamam liberdade — submetendo-se à escravidão.


Mas chega um dia — porque há sempre um dia mais claro que os outros,

Em que a morte surge — reclamando trapos velhos…

O tempo recolhe, então — apressado — as oportunidades que pareciam sem-fim…

E o homem reconhece — tardiamente preocupado

Que a Eternidade Infinita — pede contas do minuto.




André Luiz
Francisco Cândido Xavier


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