Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo LIX

Aqueles velhos bandeirantes

Aqueles velhos bandeirantes

Da epopeia paulista,

Semeadores da vida e da beleza,

Que seguiram a cruz consoladora

Em auxílio amoroso à natureza,

Nunca morreram, nunca estacionaram…

De quando a quando, bebem no Infinito

Novas forças em luzes surpreendentes,

E renascem felizes

No lar amigo de seus descendentes.


Velhos trabalhadores do Evangelho,

Se descobriram ouro e pedrarias,

Se gemeram, suando nos trabalhos,

Nas grandes matas ermas e sombrias,

Jamais obedeceram

Ao sentido cruel da ambição destruidora;

Persistiram, lutaram e sofreram,

Vida em fora,

Porque eram os amigos bem-amados

Que Jesus enviou a Anchieta.


Depois de ouvirem o apóstolo do Brasil,

Recordaram as promessas sagradas

Do Senhor compassivo

E abandonaram tudo nas fazendas,

Alegrias, afetos e contendas,

Canaviais e engenhos poderosos,

E unidos, valorosos,

Foram para o sertão verde renovar as

[sementes da vida.


Desde então,

Aqueles velhos bandeirantes,

Tendo Cristo, no Céu, por companheiro,

Erigiram nos montes e nos vales

As fraternas cidades do Cruzeiro.

Entregaram aos índios a cartilha da fé,

Lavraram o chão duro,

Semearam as bênçãos do futuro…

Deixando a vida nova nos seus trilhos,

Talharam lealmente

O esperançoso berço de seus filhos;

Obedecendo ao Cristo de bondade

Foram chamar os filhos de outras terras

Que desejassem a fraternidade.

E, reunindo-os nas mesmas leis de amor,

Esses espíritos heroicos

No ideal renovador,

Acenderam novas luzes,

Junto ao Colégio de Piratininga.


Suas casas-grandes, agora,

Em vastas proporções,

Não somente se espraiam pela terra amorosa

Mas elevam-se também para o céu,

Copiando o impulso de seus corações.

Jesus multiplicou-lhes os talentos

E os filhos das bandeiras

Traçam novos caminhos opulentos

Aqueles velhos bandeirantes

Nunca se foram para sempre.

Logo após a passagem do sepulcro,

Se não voltam imediatamente,

Continuam no esforço, em forma diferente,

Renovando, inspirando; combatendo,

Num sublime trabalho jamais visto

Por um Brasil maior, com Jesus Cristo.




Rodrigues de Abreu
Francisco Cândido Xavier


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