Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo LXII

À procura da fé


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Enquanto dolorosos fenômenos políticos e sociais afligem os povos do mundo, a alma humana procura ansiosamente a fé.

Angustiado, desiludido, o homem do século vertiginoso, busca a solução do mistério do destino e do ser. Ele sabe que as civilizações vieram e passaram, que as guerras se sucederam às promessas de paz, que numerosos códigos surgiram e desapareceram, que as afirmações científicas e filosóficas não são as mesmas do passado próximo.

Onde a estabilidade? Na dominação política?

Não desconhece que e brilharam, como pirilampos, através de algumas noites.

Na cultura intelectual, pura e simplesmente?

A inteligência desvirtuada fortalece os monstros bélicos.

No império dos sentidos?

As emoções transitórias não resolvem o problema fundamental da vida.

Na satisfação egoística dos interesses individuais?

É possível que a morte física se verifique para cada lutador terrestre em minuto inesperado.


Aflito, o transviado do País Divino recorre às religiões antigas, mas o culto externo, aparatoso e convencional, dificulta a visão da consciência.

É por isto que o Espiritismo, em sua feição de Cristianismo restaurado, provoca os interesses de todos os trabalhadores do pensamento, sequiosos de libertação espiritual. Acorrem todos aos seus estudos, experiências e benefícios.

Urge compreender, todavia, que não se arrebata a luz divina, através dos aparelhos materiais, com que se observam os médiuns humanos, nem se colhe o trigo eterno da verdade à força de interrogatórios e imposições.

A aquisição de qualquer utilidade terrestre exige pagamento ou compromisso. A obtenção da fé reclama, por sua vez, determinados valores da natureza espiritual. Buscar-lhe o valor positivo, exibindo um coração carregado de forças negativas das convenções terrestres é o mesmo que reclamar água cristalina da fonte, trazendo um cântaro cheio de vinagre e detritos.

Não vale experimentar sem entendimento, responsabilidade, sinceridade e consciência. A fé, ciosa de suas dádivas, não se interessa pelos insensatos, já de si mesmos recomendados à piedade do bem.

É por este motivo que Espiritismo sem edificação do homem interior é simples fenômeno e de fenômenos estão repletos todos os recantos da vida. É por isto que a procura da fé, sem a reforma íntima dos interessados, em Jesus Cristo, costuma representar mera aventura da vaidade humana, impermeável à revelação superior, nas densas trevas dos abismos do “eu”.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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