Coletânea do Além [Feesp]

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Capítulo XXVIII

Liberdade espiritual


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Como poderá a criatura adquirir a sua liberdade?

Muitos de vós que atualmente na Terra lutais e sofreis, no círculo doloroso das penas e trabalhos terrestres, ignorais que o cárcere de hoje é a vossa emancipação de amanhã, na existência real.

Frequentemente, de coração oprimido e de alma alanceada nos tormentos purificadores, o homem exclama: — Senhor, não é possível lutar por mais tempo… as dores transbordaram e não posso ir adiante…!

É preciso, porém, saber conduzir a cruz das provas salvadoras. A todos concedeu o Senhor o quinhão de forças necessárias. Sabe Jesus onde se derrama a lágrima obscura, fazendo brotar, ao seu lado, a flor perfumada da resignação e da esperança e todos os padecimentos e dificuldades terrestres têm sua causa justa, ainda que temporariamente inacessível ao entendimento de vossas consciências, adormecidas na reencarnação.

Desejais a tranquilidade, a aspiração satisfeita, o sonho realizado, a paz e a fartura… mas vos esqueceis de que viestes ao mundo para a reparação ou aprendizado, em que as dores são elementos vitais de toda a conquista para a felicidade futura. Adquirireis, portanto, a vossa emancipação e a vossa liberdade sagradas, suportando com heroísmo as amarguras e as experiências que a Terra vos oferece.

No oceano encapelado, cheio de perigos, aprende o marujo a dominar tempestades.

Aprendizes da escola do sofrimento, num mundo onde toda posse material é precária e transitória, sabei que apenas o ouro sagrado da experiência na dor e no trabalho pode comprar o palácio de vossa liberdade.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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