Nas Pegadas do Mestre

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CAPÍTULO 118

A túnica inconsútil

A túnica usada por Jesus era inconsútil: não tinha costuras.

Queremos ver nessa particulariedade da veste do Senhor um símbolo sugestivo que se aplica à sua Doutrina.

O Cristianismo é um corpo doutrinário sem remendos, sem peças justapostas. É um todo harmônico, inteiriço, perfeito. A moral do Crucificado não tem aspectos divergentes, não tem ambiguidade, não tem contradições. É uma moral pura, sã, completa, imaculada. O Verbo de Deus encarnado não emitiu sons discordantes, não enunciou frases dúbias, não articulou palavras ocas, não produziu ecos confusos. Foi claro, conciso, congruente, positivo e firme.

Donde vêm, então, as intermináveis cisões entre os credos que militam sob a rubrica do Cristianismo? Donde vem essa confusão que lavra no seio dessas igrejas que se dizem cristãs, adotando doutrinas e princípios heterogêneos? Donde vem essa rivalidade entre aqueles que deveriam ser exemplos de cordura, de harmonia e de paz?

A rivalidade, a confusão, o cisma vem da ignorância, do orgulho e do preconceito dessas igrejas que, do Cristianismo, tomaram somente o título. Tem origem na ambição, no egoísmo insondável do homem, que tudo procura amoldar às exigências insaciáveis de seus mesquinhos interesses. Funda-se, finalmente, no fato de essas religiões não haverem ainda descoberto que a túnica do Mestre era inconsútil, não tinha costuras, não era composta de pedaços, mas representava um todo completo, rematado, perfeito. Tais predicados caracterizam o Cristianismo de Jesus.

Enquanto as igrejas se digladiarem, estarão, com isso, demonstrando cabalmente não haverem atingido o ideal sublime da religião do amor.

A túnica do príncipe das trevas é composta de retalhos, de fragmentos, de tiras justapostas. É a figura da confusão, da desarmonia, das rivalidades infindáveis, das separações, das hostilidades.

A túnica do príncipe da paz é inconsútil, não tem costuras para forçar adesão de retalhos, de partes entre si destacadas. É a imagem da harmonia, o símbolo da verdade, a alegoria da união integral e perfeita, o emblema da confraternização irmanando os homens numa só e única família.




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