Nas Pegadas do Mestre

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CAPÍTULO 122

“Res, non verba"

"Desde Já vo-lo digo antes Que suceda, para que, quando suceder, vós creais quem eu sou. "


"Olhai para as minhas mãos e os meus pés, pois sou eu mesmo: uma visão não tem carne e osso como vedes que eu tenho; apalpai-me e vede. "


(Evangelho.)

Quem não entende não crê, embora aceite como verdade este ou aquele princípio, esta ou aquela doutrina. A fé é filha da convicção. Não há convicção onde não há conhecimento de causa, onde não há documentações comprobativas que satisfaçam a razão.

Jesus, como Senhor e Mestre, estava perfeitamente inteirado desse fato. Tanto assim que jamais se furtara a dar provas das teorias que pregava, como também do caráter messiânico de que se achava investido.

E neste particular, o Redentor diverge em absoluto dos fundadores de seitas e credos, dos fazedores de religiões, dos chefes de escolas e de filosofias, que por este orbe pululam como cogumelos. Estes, em geral, mostram-se pouco satisfeitos quando se lhes pedem provas, quando se lhes apresentam dúvidas ou se apontam falhas em suas doutrinas.

O orgulho torna os homens tanto mais suscetíveis e melindrosos quanto mais eles sobressaem dentre seus pares. Para os papas de todas as igrejas e escolas exclusivistas, os bons crentes e bons discípulos são os que tudo apoiam sem reservas, com entusiasmo, com ardor, com fanatismo.

No entanto, o Filho de Deus, aquele que ninguém logrou convencer de pecado, foi bastante humilde para apresentar, em todas as oportunidades, copiosa soma de documentos, de provas autênticas, positivas e insofismáveis, com relação à doutrina e às verdades que ao mundo vinha revelando no desempenho da missão que o Céu lhe confiara, missão essa confirmada pelas vozes do Além, de modo solene e peremptório.

Jesus não se preocupava de fazer prosélitos a todo o preço. O número, a quantidade pouco se lhe dava. Ele queria que vissem e sentissem a Verdade tal como ele a via e sentia. Por isso, falava à razão, apresentando o testemunho eloquente dos fatos em abono de suas asserções; falava ao coração exemplificando a palavra em atos de renúncia e da mais pura caridade.

Deus e a Imortalidade constituíam os temas e assuntos fundamentais de seus sermões, de suas parábolas, de suas máximas. Tudo disse a respeito do Pai, e daquela Vida Eterna que deve ser conquistada pela submissão consciente à soberana lei da evolução. Disse e demonstrou. Ao lado da teoria colocou a prova; à palavra fêz seguir a ação. Concretizou a Divindade em si mesma, refletindo, como Filho, as qualidades, os atributos e os poderes do Pai. Deu testemunho da imortalidade, morrendo, ressurgindo e apresentando-se tal como era dantes, aos olhos e ao tato de seus discípulos maravilhados.

Não andemos, portanto, atrás de todo o vento de doutrinas. Acautelemo-nos dos falsos cristos impingidos por vãs filosofias, porque, como sensatamente adverte o apóstolo das gentes — "ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto pelo Céu, a saber: Jesus Cristo".

"Res non verba".




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