Nas Pegadas do Mestre

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CAPÍTULO 47

O lento suicídio

"Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e o que perder a sua vida, por minha causa, achá-la-á. Pois que aproveitará ao homem se ganhar o mundo Inteiro, mas perder a sua vida ou causar dano a si mesmo? ou que dará o homem em troca da sua vida?"

Assim falava o meigo Rabino aos seus discípulos há quase dois mil anos. Não obstante, essas exortações são ainda de plena atualidade, pois a maioria dos homens não as compreendeu, e, por isso, está agindo em flagrante desacordo com a moralidade que elas encerram.

O homem quer salvar a sua vida, isto é, pretende gozá-la desfrutando a maior soma possivel de prazeres; e, nesse afã, causa dano a si próprio, aniquilando e destruindo a vida.

Milhares de invenções, cada qual mais insensata, se têm introduzido na sociedade com o propósito de proporcionar sensações novas aos incontentáveis partidários de Epicuro. E, coisa notável: quanto mais apuram a arte do prazer sensual, mais os homens exigem nesse particular, advindo daí uma série de males inumeráveis, cujas consequências são as enfermidades sob variadíssimas manifestações e um apreciável decrescimento na duração normal da existência.

E é assim que os epicuristas, preocupando-se de modo exclusivo com a satisfação dos sentidos, com o gozo material da existência, acabam por perder a vida, esgotando-se nesciamente numa sucessão ininterrupta de deleites animalizados.

As noites de contínuas vigílias, que se passam nos teatros, clubes e cafés; a incontinência, o álcool, o fumo, a intemperança, a moda e a tensão nervosa, constantemente reclamadas pelo utilitarismo ganancioso, constituem no seu conjunto as causas determinantes dessa senilidade doentia, e dessa decrepitude prematura, que são o panágio desta geração.

Ainda neste ato de loucura que a Humanidade pratica, opera como fator o egoísmo;

pois é por muito satisfazer o "eu inferior", proporcionando-lhe deleites à saciedade, que o homem lentamente se vai suicidando. Isto vem confirmar a justeza deste conceito: O egoísmo é destrutivo.

E o mundo, que se diz civilizado, ainda não compreendeu essa verdade, apesar dos fatos a atestarem de modo tão positivo quanto eloquente. Por isso, poucos são aqueles que resolvem perder a vida pelo Evangelho, isto é: poucos são os que se acham dispostos a sacrificar o "animal" ao "espiritual". No entanto, só esses gozarão da verdadeira vida, segundo a promessa de Jesus.




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