Nas Pegadas do Mestre

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CAPÍTULO 72

Tirai a pedra

Acudindo ao apelo de Marta e Maria, irmãs de Lázaro, que havia falecido, Jesus foi a Betânia. Ali chegando, dirigiu palavras de consolação e de afeto à família desolada, prometendo ressuscitar o pranteado morto.

Em seguida, referindo-se a este, indagou: Onde o pusestes? Aqueles que o rodeavam lhe responderam: Senhor, vem e vê. Jesus, em extremo compungido, encaminhou-se ao túmulo: era este uma gruta a cuja entrada estava posta uma grande pedra. Disse Jesus: Tirai a pedra. Removeram-na, então, seus discípulos. E o Filho de Deus, levantando os olhos ao Céu, rendeu graças ao Pai, e clamou em alta voz: Lázaro, sai para fora! E Lázaro ressuscitou.

Jesus, que restituiu a vida ao cadáver sepulto já havia quadro dias, não poderia remover, pela força do seu "querer", a pedra que fechava a porta do túmulo? Ele, que fêz o mais, porque não fêz o menos? Quem diz a um morto — ressurge —, não pode dizer a uma pedra — remove-te daí?

Concluímos, desse proceder do Mestre, que Deus está pronto a fazer por nós aquilo que nós, jogando com nossos próprios recursos, não podemos fazer. Os discípulos não podiam ressuscitar a Lázaro, mas podiam remover a pedra que selava a entrada do sepulcro onde ele se achava.

O divino age onde o humano é impotente para agir. O dom de Deus é gratuito, contanto que o homem satisfaça uma única condição: remova a pedra. O homem há-de fazer o menos para que Deus faça o mais. A graça de Deus enche e transborda os corações que a desejam e a solicitam, uma vez que a pedra esteja removida.

A pedra é a nuvem que esconde a luz do céu, impedindo que ela ilumine nossas almas. A pedra é o empecilho, é o obstáculo que embarga o dom de Deus, não permitindo que esse dom opere milagres por nosso intermédio. A pedra é a mole que cerra a entrada do túmulo onde nos achamos retidos, embaraçando nossa ressurreição. A pedra é a barreira, é a muralha, é a bastilha que não nos deixa ouvir a voz do Salvador, clamando sempre, à porta do nosso jazigo: Sai para fora!

A pedra é o nosso egoísmo, a pedra é o nosso orgulho. A pedra é o nosso desamor.

Removamo-la sem perda de tempo, para que a graça de Deus opere em nós, e por meio de nós, estupendas maravilhas.

Sim, tirai a pedra, ó vós que escrevestes estas linhas! Tirai a pedra, ó vós que estas linhas acabastes de ler!




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