Nas Pegadas do Mestre

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CAPÍTULO 95

A Vida e a Morte

"Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá; e o que vive e crê em mim, nunca morrerá. Podeis crer Isto?


(Evangelho.)


"O derradeiro Inimigo a vencer é a morte. . . Porque é preciso que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e este corpo mortal se revista da imortalidade. " (Paulo.) Morrem as flores que engalanam nossos jardins; morrem os lírios que alegram os campos; morrem as árvores seculares dos bosques; morre o gramado dos prados; morre a relva fresca das campinas e o musgo verde que tapeta as várzeas; morrem os animais;

morre o passarinho alegre e trêfego, cujo canto melodioso e doce quebra o silêncio das matas, enchendo-as de encanto e de poesia; morre o ancião alquebrado, desiludido;

morre o moço no verdor dos anos, com o peito estuante de esperança e a alma a transbordar de fagueiras aspirações; morre a donzela no alvorecer dos mais cálidos anelos; morrem pais deixando filhos na orfandade; morre, finalmente, a criança loura e garrida, encanto do lar, enlevo da mãe extremosa e terna.

Que significa essa pavorosa hecatombe? Será, acaso, este mundo uma vasta necrópole?

Pertencerá à morte a última palavra na odisseia da vida? Fomos criados para a morte, quando nossa alma tem fome e sede de vida?

Absolutamente não. A morte lúgubre e tétrica, cruel e inexorável, tal como se apresenta em nosso meio, não passa de um cartel de desafio, concitando-nos à conquista da vida.

A morte, como a sombra que dá relevo ao quadro, vem chamar-nos a atenção para o valor e a beleza da vida. A morte, intervindo no cenário da vida, não pretende destruílo; ao contrário, ela constitui o maior incentivo para a aquisição da vida verdadeira.

Ninguém daria à vida o devido valor e importância, se não fora o seu aparente aniquilamento determinado pela morte.

É a morte que faz o homem pensar na vida. Deus não encartou a morte no programa da criação, visando a destruir essa mesma criação, fruto do seu amor; seu propósito é fazer que a vida evolva de estágio em estágio, tomando-se cada vez mais intensa, mais estável, até culminar na eternidade, triunfando da morte definitivamente .

A morte, portanto, não é uma fatalidade contra a qual sejam impotentes os poderes de nosso Espírito. A morte é um inimigo que nos desafia constantemente, anuviando os horizontes de nossa vida. Não devemos, de modo algum, conformar-nos com ela.

É necessário levantar a luva que a morte nos atira, e combatê-la de viseira erguida, até reduzi-la à impotência.

O poderio da morte funda-se em nossos defeitos, em nossas paixões e na fraqueza de nossa carne.

Para vencê-la, é mister vencer primeiramente nosso egoísmo, nossas dúvidas e nossa animalidade.

Destruídos esses redutos, a morte perde todo o seu império, e esvai-se qual bolha de sabão desfeita ao sopro da brisa.

Daí o dizer do iluminado Apóstolo das gentes: a morte é o derradeiro inimigo a vencer.

A pura fé de Jesus Cristo, hoje ressurgida pelo evento do Espiritismo, dos escombros em que a sepultaram as paixões humanas, nos instrui sobre os melhores processos a empregar nesse combate glorioso, em que todo homem racional deve empenhar-se, pugnando pela vitória do Espirito sobre a carne, da vida sobre a morte.

Hoje, como há vinte séculos, Jesus está clamando: Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá, e o que vive e crê em mim, nunca morrerá.

Podeis crer isto?




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