Conversa Firme

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Capítulo XVIII

Questão de mediunidade

Você deseja saber,

Meu caro Luiz Trindade,

O que se sabe no Além

Em torno à mediunidade.


Diz você: “Fale, Cornélio,

O que há com meu bestunto,

Onde estou não mais entendo

Tanto espinho neste assunto.


“Você talvez do outro mundo

Notará como me sinto,

Sou médium encarcerado

Nas sombras de um labirinto.


“Sei que a vida, após a morte

Lembra o sol à nossa frente,

Mas de médium para médium,

Eis que a luz é diferente.


“Sendo a verdade uma só

Por que isto, meu amigo?

Resolvo muitos problemas

E este agora, não consigo!…”


Recorde, Trindade, a usina:

É um só poder gerador

Mas as lâmpadas variam

De grau, de formato e cor.


Assim, na mediunidade,

Segundo se vê do Além,

Cada pessoa trabalha

Conforme o campo que tem.


E as diferenças existem

Por esta razão comum:

Progresso de qualidade

Depende de cada um.


Até que o mundo fabrique

Um robô-médium perfeito,

As falhas que registramos

Seguirão do mesmo jeito.


Milhares de companheiros,

Voltando à Terra em serviço,

Suplicam mediunidade

Em ação de compromisso.


Garantem apostolados,

Fazem votos e promessas,

Depois, ocupando o corpo,

Pensam no mundo às avessas.


Nem todos agem assim,

Entretanto, a maioria,

Vendo serviço a fazer

Descamba na correria.


Era médium nosso Quincas,

Vivia em brasas de fé,

Quando o serviço aumentou,

Simplesmente deu no pé.


Começou fazendo curas,

Nosso amigo Lino Guerra,

Doentes foram chegando

O rapaz mudou de terra.


Preso à tarefa crescente,

O nosso Quintino Taco,

Largou-se do movimento,

Dizendo ser pobre e fraco.


Largando a tarefa grande

O nosso Antônio Escobar,

Declarou-se escrupuloso,

Com medo de trabalhar.


Janjão começou no lápis,

Médium do Sítio de Dentro,

As mensagens progrediram

O moço fugiu do Centro.


Era médium de altos dotes

Gina de Juca Lobão,

Desposando um milionário

Gina esqueceu a missão.


Receando sacrifício,

A médium Maria Bela

Deixou o grupo alegando

Que as mensagens eram dela.


Passista de grande porte,

Era Lídio de Itaúna,

Ganhando antiga fazenda

Trocou-se pela fortuna.


Desistindo de servir,

Disse a médium Conceição

Que só achava no mundo

Pouco caso e ingratidão.


Eis o assunto como exponho,

Questão claramente aberta,

Mas que ninguém se aborreça,

Que o tempo tudo conserta.


Sigamos no dia a dia,

Sem crítica e sem pesar,

Em favor da melhoria,

Vamos todos trabalhar.




Cornélio Pires
Francisco Cândido Xavier


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