Correio Fraterno

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Capítulo XXX

Outra vez


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Desculpaste, edificando,

Mas, se a treva e a insensatez

Voltam de novo a ferir-te,

Perdoa e ajuda outra vez.


Ouviste em prece os agravos

À doutrina em que mais crês;

No entanto, se há mais ofensa,

Perdoa e ajuda outra vez.


Esqueceste duras golpes

Da injúria e da rispidez…

Todavia, se ressurgem,

Perdoa e ajuda outra vez.


Viste mãos das mais queridas,

No sonho que se desfez;

Contudo, segue adiante…

Perdoa e ajuda outra vez.


Ao lamaçal da calúnia

Em dia algum não te dês.

Bendizendo os detratores,

Perdoa e ajuda outra vez.


Se teus pedidos mais justos

Somente encontram surdez,

Esperando sem revolta,

Perdoa e ajuda outra vez.


Recolhes por teu sorriso

Gesto rude e descortês?

O tempo tudo transforma;

Perdoa e ajuda outra vez.


Se queres guardar contigo

A bênção da intrepidez,

À frente de todo mal,

Perdoa e ajuda outra vez.


Injustiçado, não guardes

Nem mágoas e nem porquês;

Trabalhando alegremente,

Perdoa e ajuda outra vez.


Se almejas fazer migalha

Do muito que o Mestre fez,

Mesmo entregue à cruz da morte

Perdoa e ajuda outra vez.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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