Correio Fraterno

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Capítulo XLVI

O divino encontro


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Viajor!… viajor!…

No oceano da vida,

Muita vez, tua voz,

Misturada de pranto,

Clama a Presença Divina…


Entretanto,

Basta que surja uma ilha sedutora

Para que te detenhas muitos anos,

No cipoal das sensações efêmeras,

De bússola abandonada,

De leme esquecido,

De navio ancorado em sombra…


Descuidado e feliz,

Observas, não longe,

Terremotos de dor compelindo-te à volta ao mar.

Lembras-te, então, de novo,

E imploras, angustiado, a Presença Divina…


Todavia,

Basta que um companheiro te provoque

À disputa infeliz

Para que te projetes na água turva,

Fora da embarcação.


Torturado, bracejas,

Entre os monstros do abismo,

Não podes repousar,

Senão momentos breves

Entre braços de rocha

A emergirem do fundo…

E após dias de dor,

De sede, fome e sono,

Ganhas a praia extensa,

— Um deserto areal…

Nem árvores, nem fontes,

Apenas ervaçais

Onde a serpente mora,

Aguardando-te os pés.


Foges, espavorido,

Esfarrapado e só,

E, quando a ventania

Improvisa o sepulcro

Que te espera, por fim,

De corpo verminado,

Apodrecido e nu,

Sem bússola, sem nau,

Sem âncoras no porto,

Sem a voz de ninguém

Que te console ou guie,

Agarras-te à fé viva

E gritas para o Céu:

— Senhor! Senhor! Senhor!…


Então, e só então,

Sentes no coração

Que soluça e que ri

A voz, a Grande Voz que te renova o “eu”:

— Não temas, filho meu,

Espera!… Estou aqui.




Alma Eros
Francisco Cândido Xavier


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