Dádivas Espirituais

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Capítulo XIV

Alexandre José de Souza

Querida mãezinha Vera e querido papai Jarbas, estou compartilhando das preces com que me lembram e agradeço-lhes o carinho pedindo para que me abençoem.

Venho até aqui com a vovó Modesta, que me incentivou à experiência que estou empreendendo. Ignorava que pudesse escrever-lhes assim, qual faço, tomando um braço amigo, como se fosse meu por alguns momentos.

Estou assombrado e feliz ao mesmo tempo, tudo que é novo em nós é motivo para indagações e toda indagação nos impele a saber algo mais da vida.

Não posso divagar, recomenda-me a vovó Modesta, é preciso ganhar tempo. Nosso objetivo é o de trazer-lhes notícias. E felizmente, queridos pais, estou melhor.

Tenho sido tratado na condição de um doente rico, tamanha é a bondade com que sou defrontado aqui.

Não posso ocultar aos dois que chorei muito em me reconhecendo separado do meu corpo e longe dos meus. O único reconforto que pude descobrir em meio a tantos pesares foi a certeza de me achar livre de sondas e agulhas no corpo sensível e dolorido.

Sei que nossos médicos amigos tudo fazem para garantir-nos o retorno à saúde mas, no íntimo, estava convencido de que não me seria possível sobreviver com tantos tratamentos e medicações que não me suprimiam as dores.

Disso me livrei, mas da saudade, mãezinha Vera, creio que não serei liberado, porque a saudade é um laço forte demais para que nos sintamos a cavaleiro da angústia.

Haver deixado o nosso ambiente doméstico, foi algo de muito aflitivo para mim. Agora vou seguindo para as melhoras precisas. Enquanto que, a ambos, peço para que não se sintam desolados. Tudo começa de novo. E os queridos irmãos Marcelo José, Andréa e o Gilberto José, estão aguardando-nos no caminho da esperança. Os irmãos necessitam de nós e, de minha parte, farei o possível para conservar-me no lugar próprio daqueles que devem trabalhar sem serem vistos.

Graças a Deus falo-lhes aqui ao modo de um mero convalescente no parque de recuperação a que fui trazido, e rogo-lhes me lembrem tal qual eu era; sem as deformidades da desencarnação.

Agradeço-lhes as orações que fizeram por mim e contarei com os pais queridos de modo a fortalecer-me cada vez mais para aprender a conjugar por aqui o verbo servir. Deus nos auxiliará, mãezinha Vera, não se aflija.

Caminhemos para diante, qual se eu estivesse aí porque isto não é suposição, porque estou mesmo.

Muito grato por tudo o que fazem e continuam fazendo por minha paz.

E porque não devo estender-me em palavras outras que apenas lhes repetiria a minha declaração de saudade e de amor, com as flores que a vovó Modesta lhes trouxe, deixo-lhes o meu coração em forma de saudade, mas, como sempre, continuam em mim a tranquilidade e alegria, já que sou o filho que não os esquece, sempre mais afetuosamente,

Alexandre.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no dia 19/02/1983, em Uberaba, Minas Gerais).


Esclarecimentos


Alexandre José de Souza (Alex) Nascido em 15-08-1963. Desencarnado em 17-02-1982.

Pais: Vera Cecília Domingues de Souza e Jarbas José de Souza.

Irmãos: Marcelo, Andréa e Gilberto.

Vovó Modesta, sua tataravó, desencarnada em 30-06-1921.


Os Editores


Alexandre.
Francisco Cândido Xavier


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