Dádivas Espirituais

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Capítulo IV

Denize Freire Valença

1ª MENSAGEM

Querido papai Djayr e querida mãezinha, Deus nos abençoe e nos fortaleça.

Estou muito sensibilizada com as nossas saudades mútuas e compreendo a razão pela qual me esperam as notícias.

Com a vovó Emília, venho até aqui abraçá-los e pedir-lhes para que não venham a esmorecer. Queridos pais, tenho procurado esquecer a mim própria no serviço a que me empenhei, pensando nos exemplos de amor ao próximo que sempre me proporcionaram.

A visão quase permanente dos enfermos não me permite sonhar, à margem do caminho. Sei que os nossos amigos, Graças a Deus, são muitos e alguns indagam sobre as minhas atividades atuais.

Digam que, felizmente, reconheci a minha desvalia e que a desencarnação me abriu no peito novas fontes de serviço e de esperança. Se houvesse permanecido na vida física e, sou grata aos pais queridos pelo bem que me desejaram, mas se houvesse ficado, repito, estaria talvez segregada num certificado de competência, presa em atividades unilaterais que talvez me induzissem ao orgulho de ser essa ou aquela autoridade em determinado assunto; mas, sem a libertação dos laços físicos que me prendiam aos conceitos e convenções do mundo, embora respeitáveis, eu não entraria nas áreas dos doentes menos felizes, onde venho obtendo a minha mudança para melhor.

Precisei despersonalizar-me para adquirir a personalidade que hoje me caracteriza.

E falem aos nossos amigos da nossa necessidade de doar atenção, ou mais atenção, aos desvalidos. Um prato de refeição, uma fatia de bolo, uma xícara de leite ou uma peça agasalhante, mesmo usada, criam benefícios para nós mesmos, cuja extensão não podemos entender por agora.

Aproveitem nossos companheiros o tesouro de saúde e dividam o coração, quanto possível, com esses nossos irmãos na experiência e na dor.

Não estou fazendo o papel do camelô da beneficência. A caridade não precisaria de mim. Ela vale por si mesma. Eu é que preciso pedir-lhe permissão para colaborar em suas atividades.

Muitos esperam grandes somas ou a chamada “sorte grande” para se entregarem ao início desse apostolado, mas sou eu que, atualmente deste outro lado da vida, peço a eles, os nossos companheiros que me buscam a palavra, para que se valham da riqueza da saúde para algo realizarem de bom, antes do tempo em que o corpo, abatido ou doente, não mais lhes permita semelhante possibilidade à procura do amor de Deus naqueles que se desiludiram dos interesses afetivos do mundo.

Não ignoro que os pais queridos estão trabalhando na sementeira do amor ao próximo, fazendo pelos outros quanto se lhes faz possível, e espero que continuem nessa abençoada construção de valores para a vida de Cá.

Pais queridos, teremos sempre aquilo que damos e, por isso, lhes desejo muita felicidade e êxito nas tarefas que empreendem. Quando puderem, organizem um grupo de socorro fraternal em auxílio aos que sofrem e observarão que o nosso investimento neste mundo será o melhor que possamos efetuar.

Temos muita gente boa no caminho. Reúnam-se os amigos e, pelo menos uma vez por semana, visitemos essa ou aquela organização hospitalar, no sentido de procurar os indigentes que carregam, muitas vezes, a aflição sem esperança. E estejamos certos de que o amparo de Jesus não nos faltará.

Creiam-se sempre ao lado de todos os nossos, insuflando-lhes o trabalho em que atualmente me encontram. Que as nossas saudades se transfigurem no serviço aos semelhantes. Isso é tudo o que eu queria dizer.

Trabalhemos no bem, queridos pais, e o Todo-Misericordioso nos abençoará, hoje e sempre. Muitas saudades, com muitos beijos da filha reconhecida de sempre,


Denize.

Denize Freire Valença.


(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 27-09-1986, em Uberaba, Minas Gerais).


2ª MENSAGEM

Querida mãezinha Doralice, desejo felicitá-la por seu natalício, mas escrever refletindo em seu sacrifício seria impossível para mim que lhe devo tanto… Queria trazer-lhe as flores mais lindas e chamá-la por “minha primavera”, entretanto, tento arrancar as palavras exatas para isso e não consigo deslocá-las da fonte de meu pranto, de meu pranto de alegria por vê-la com meu pai, sempre mais afável e mais generosa a cada dia.

Mãezinha, muito obrigada pela vida que me deu. Seu exemplo cresceu, dentro de mim, e já não encontro tempo para permanecer por fora do trabalho do bem puro e sem fim.

Muito grata por suas palavras de amor para com a sua Denize que lhe impôs tanto trabalho. Por enquanto não consigo seguir-lhe os passos, mas prometo que um dia chegará em que tudo doarei de mim para ser a filha que você esculpiu em seus amados pensamentos como sendo uma filha que brilhe para Jesus, com essa luz que recebo de você.

Passem os dias e corram os setembros e outubros e desejo vê-la cada vez mais contente ao lado de meu pai e de todos os nossos.

Partilhando as alegrias do papai Djayr, ao vê-la aniversariando, à feição de uma estrela brilhando sempre mais, com muitos beijos em sua face querida, sou e serei sempre a sua filha reconhecida, sempre marcada pela saudade imensa, sempre sua

Denize Freire Valença.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, no Grupo Espírita da Prece, na noite de 18/10/1986, em Uberaba, Minas Gerais).


3ª MENSAGEM

Querido papai Djayr e querida mãezinha Doralice, estamos juntos no mesmo pedida de bênçãos a Jesus, a fim de que possamos caminhar com tranquilidade.

Pais queridos, venho até aqui especialmente com o objetivo de agradecer-lhes a festa que fizeram com base em nosso bolo de aniversário.

O nosso regozijo veio por antecipação, no entanto estou feliz por haverem transferido o 19 para 17. Foi justa e proveitosa a mudança, porque os nossos convidados, as crianças em dificuldade, se reuniram conosco aceitando um pequeno pedaço de nossa alegria.

Muito obrigada por essa reunião que improvisaram na tarde de hoje, no tapete de esperança da grama verde sob o azul do Céu.

A quantos amigos isso parece pouco, entretanto, se todos transferíssemos as nossas festividades domésticas para os lares menos favorecidos, ninguém pode avaliar o montante de alegria que se ergueria junto de nós, trazendo-nos de volta a felicidade que pudéssemos distribuir com os nossos pequenos irmãos desajustados.

Digo pequenos, sem relacionar o conteúdo espiritual das tendências superiores de cada criança, mas sim congregando aquelas aves humanas no colo de nossas aspirações voltadas para a construção do Mundo Melhor.

Quero acreditar que começamos em nossas comemorações as comemorações que nada fiz por merecer, porque em companhia da Vovó Emília, dedicaremos os próximos dias 18 e 19 aos doentes hospitalizados para tratamento do câncer.

Rogamos por inspiração a algumas senhoras do Rio nos auxiliem na criação de novo tipo de assistência — a doação de sucos leves e substanciosos aos portadores de moléstias na garganta, nas enfermarias da indigência, porquanto já sondamos muitos deles com o desejo de receber algo líquido, não só para se exonerarem dos efeitos do calor intenso destes dias, mas também para encontrarem um novo agente de alimentação. Evidentemente, ignoram as nossas benfeitoras que pessoalmente estou envolvida no assunto, com o natalício desvalioso, mas sinto-me feliz porque as amigas aceitaram, em pensamento, o nosso pedido e se dispõem a conduzir até os nossos doentes as doses desse recurso refrigerante e nutriente, compatíveis com as instruções médicas no tocante ao que possam receber.

Mãe querida, isso não é pretensão minha. Acontece que os doentes, mormente os enfermos esquecidos, me falam de perto ao meu coração.

Penso que os meus pais ficaram satisfeitos ao reconhecerem que a filha que os ama com tanto carinho, encontrou nos doentes últimos das últimas filas de tratamento, os filhos do coração que ela própria não pôde conceber, durante a curta existência na Terra. E a querida avó Purificação será a convidada especial do dia 19, porque vamos terminar junto dela a nossa visitação.

Querido papai Djayr e querida mãezinha, desculpem as minhas confissões infantis, confissões de quem se vinculou à enfermagem com muito amor. Perdoem-me e recebam em nosso jardim de saudades, o imenso carinho da filha que lhes deve tanto, sempre reconhecida,

Denize Freire Valença.

(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião pública do Grupo Espírita da Prece, na noite de 17/01/1987, em Uberaba, Minas Gerais).


Esclarecimentos


Denize Freire Valença

Nascimento: 19 de janeiro de 1962.

Desencarnação: 24 de maio de 1985.

Idade: 23 anos

Pais: Djayr Gonçalves, Valença Doralice Freire Valença

Rua Nascimento Silva, 7 — Apt° 704 — Ipanema Cep. 22421-020 — Rio de Janeiro — RJ.

Nota da Editora:

Duas mensagens anteriores de Denize, datadas de 12/07/1986 e 09/08/1986, integram o livro , igualmente de Francisco Cândido Xavier e Espíritos Diversos 1DE, caps. 5 e 6.


Os Editores


Denize.
Francisco Cândido Xavier


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