Depois da Travessia

Versão para cópia
Capítulo XV

Palavra de avó

09|02|1938


Meu caro filho,

Graças a Jesus posso te trazer nesta noite a minha , que muito te estima.

Andas ameaçado de um esgotamento nervoso pela intensidade de trabalho no ambiente babilônico do Rio de Janeiro. Mas com a calma do campo vais melhorar rapidamente. O nosso receitista vai te receitar agora e além dele, aliás, além desse auxílio, procuraremos proporcionar-te o máximo de forças. Agora, nestes dias, procura repousar o mais possível. Julgamos oportuno e conveniente que te resolvas a ficar com Maria os dias que puderes em beneficio de tua saúde. Não te preocupes em demasia com os muitos tratamentos, tudo será ajustado de acordo com tuas necessidades.

Manda dizer ao Aurélio que estive com o nosso General Pêgo Junior, que o está auxiliando no grande trabalho da Cruz dos Militares, e dize à Julinha para ela não ficar nervosa com tantas atividades na 1greja. Isso é preciso por enquanto.

Adeus para vocês! Que a piedosa mãe de Jesus os abençoe,



Refere-se ao meu tio Mário, filho de Júlia e Aurélio, neto de Júlia Amália da Silva Pêgo, a comunicante.


Refere-se ao vovô Aurélio, marido de Júlia, filha da comunicante, Júlia Amália da Silva Pêgo.


O Marechal Antônio José Maria Pêgo Junior, marido da comunicante, nasceu em 2 de julho de 1841, em Santos | SP Desencarnou em 7 de julho de 1907, no Rio de Janeiro | RJ. O casal teve três filhas: Júlia, minha avó, Esther e Maria. O Marechal participou da Guerra do Paraguai e do Cerco da Lapa, no Paraná. Conhecido desde sempre pela bravura e lealdade incontestáveis nos serviços prestados à pátria como oficial do Exército, foi acusado injustamente por crime de deserção, em 1893, durante o histórico Cerco da Lapa, no Estado do Paraná, à época da transição do regime monárquico para o republicano. Após passar por dois processos condenatórios, esteve preso, incomunicável, por 9 meses, vindo a ser absolvido pelo Supremo Tribunal Militar, que, revendo os autos e a insustentabilidade das acusações, reformou a iníqua sentença, restituindo-lhe a liberdade e livrando-o da pena de morte. Segundo o Coronel Cordolino de Azevedo em seu livro O Marechal Pêgo Junior e a invasão do Paraná, “(…) Pêgo tinha a coragem moral de se dizer monarquista. Seria ele, portanto, o responsável pelos desastres de todos. (…)”. A lisura e a honra imaculada do Marechal Pêgo Junior foram, portanto. restauradas para a história nacional, tendo sido ele, mais tarde, o 34° provedor da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, instituição benemérita para a qual dedicou muitos anos de sua vida. Pêgo Júnior era outro modo como o Marechal Antônio José Maria Pêgo Júnior assinava seu nome. Algumas mensagens recebidas por Chico Xavier também são assinadas por ele como Antoninho ou tão somente Pêgo. Sobre o assunto, sugerimos a leitura de (VINHA DE LUZ, 20081, psicografia de Chico Xavier por Espíritos diversos, de minha organização. Mensagem recebida por Chico Xavier e Rômulo, com a utilização da prancheta. Maria Joviano fez as anotações.



Júlia
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 15.
Para visualizar o capítulo 15 completo, clique no botão abaixo:

Ver 15 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?