Depois da Travessia

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Capítulo XXXI

Erros clamorosos



??|12|1938


Julinha,

Antes de tudo peço a Deus que te proteja sempre! Venho hoje aqui, diante do teu bom coração, como uma penitente, rogando a Jesus abençoe o meu arrependimento por não ter-te compreendido na medida do necessário, bem como ao Aurélio, que tudo fez por me advertir, de maneira que eu pudesse abandonar, em tempo, o errado caminho. Grandes foram os meus martírios morais em Niterói e só Deus sabe o que sofri na minha desencarnação dolorosa!

Inúmeras vezes fui à tua casa com o fim de pedir perdão a todos, mas na triste condição de alma sofredora era em vão que eu clamava as minhas dores, já sem remédio. Procurei Dedé muitas vezes para fazê-la sentir o meu doloroso estado de alma no meu tardio arrependimento pelo muito que a fiz sofrer… Mas era tarde, muito tarde… Em vão, gritava-me a consciência pelos meus ! Explorada na minha boa fé, paguei um preço caro pelas irreflexões do meu pensamento.

Confortavam-me, porém, minha boa amiga, as preces que fizeste pelo meu descanso moral. Tuas vibrações fraternas me tocaram a alma, porque sei que me perdoaste e me compreendeste a desventura.

Hoje, quando todos os véus da vaidade já se dissiparam, apresento-te minha alma culpada sim, mas compungida, em face do passado, para tão somente esperar aquela misericórdia infinita que não nos desampara. Meu generoso e santo Ambrósio tudo tem feito pelo meu coração ainda amargurado. Deus te abençoe e te proteja!

Peço-te, bem como à Maria, para não me esquecer. Estou mais lúcida, mas ainda me sinto muito infeliz e muito abatida. Ajudem-me com os pensamentos de amor e de perdão pelas minhas fraquezas. Estendo o meu pedido também à Dedé. Bem que eu precisava ter pensado melhor sobre o meu futuro, compensando-lhe as dedicações pelos muitos bens que ela me fez, mas eu estava cega e não podia ver. Pede a ela, Julinha, que me perdoe, sem me esquecer nas orações dela.

Muito agradecida pelas tuas dedicações espirituais. E rogo a Deus que derrame as Suas bênçãos sobre todos. Sou a pobre irmã,




[Sobre esse Espírito vide e ]



Marie
Francisco Cândido Xavier


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