Depois da Travessia

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Capítulo L

Alvorada de luz

29|05|1940


Minha querida madrinha,

Antes de tudo, rogo a Deus pela sua tranquilidade! Venho manifestar à senhora o meu reconhecimento de coração pelas suas orações carinhosas e amigas! Suas preces foram uma alvorada de luz para o meu Espírito entristecido. A morte deixou-me surpresa e num abatimento difícil de descrever. Abandonar o Pedrinho e o lar que o meu zelo havia edificado era um sacrifício supremo! Sua alma bondosa não pode avaliar o quanto sofri, contudo, sentia sempre ao meu lado o eco de suas preces generosas e confortadoras.

Logo depois que me reconheci fora do corpo material — e isso depois de tristes padecimentos —, levaram-me a um grande centro espiritual de socorro, onde fui acolhida com os nossos doentes no Rio, que se refugiam na Santa Casa de Misericórdia ou na Pro-Matre. Vi quadros com os quais nunca poderia contar, mas, continuadamente, sentia que o carinho de sua lembrança me rodeava o coração. Por mais de uma vez fui procurada por entidades benévolas, que me confortavam em seu nome e, por muitas vezes, recebi a visita de Engrácia e de Emmanuel — assim me davam a conhecer suas personalidades generosas e benevolentes. Eu, que nada compreendia de certos problemas da alma, fiquei conhecendo muitas questões interessantes, porque esses amigos me instruíam em sua lembrança e aplicavam-me de seus fluidos para que eu pudesse esquecer os laços mais fortes que me prendiam à vida material. Ali me conservei assim que fui conduzida a um agrupamento de trabalho espiritual, que não lhe poderei descrever ao certo. Sei apenas que, graças a Deus, estou mais conformada e laborando pela minha própria edificação em novos conhecimentos, e ajudando aos que aí deixei, com os meus recursos singelos.

Agradecendo-lhe, pois, e osculando-lhe as mãos bondosas, deixo-lhe a alma inteira, cheia de afeição e saudade…

A afilhada da Terra e amiga reconhecida,



Sobre Pedrinho não nos foram dadas maiores informações.


Mensagem dirigida à vovó Júlia.



Marta Pernambuco
Francisco Cândido Xavier


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