Depois da Travessia

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Capítulo LVI

Festa espiritual

14|12|1944


Meus amigos, que o nosso Jesus conceda a vocês todos muita paz!

Nós viemos trazer ao nosso irmão Arthur as nossas felicitações e cumprimentamos a vocês todos pela . O nosso recinto de orações, Maria, está cheio da luz de todos os corações que agradecem a cooperação de um amigo desvelado. Insistimos com o Professor para escrever. Ele, porém, sente que não pode, que as lágrimas lhe embargam a voz e que a emoção não lhe concede elementos expressivos à ideia. Muitos amigos trouxeram-lhe lembranças, mas ele quis guardar, em primeiro lugar, as flores que o afeto de vocês lhe ofereceu.

“Oh, amigos, como são belas as rosas sem espinhos dos corações que se amam!”, diz-nos ele, feliz! Benditas flores! Elas irão conosco, embora o recinto material lhes encerre a forma passageira. Irá conosco o perfume, em suas delicadas corolas de amor e luz! Que Jesus, meus filhos, conceda a vocês longos dias de paz, com o santo trabalho espiritual de aperfeiçoamento divino. Sempre esta sala tem notas de luz, mas hoje até eu mesma chego a chorar! Casimiro Cunha trouxe uma bela ave, semelhante ao passarinho que o Professor tomou para símbolo em suas relações com as crianças. E ele, humilde, leu os versos e disse: “Oh, possa eu, como o João-de-Barro, fazer minha casa espiritual acima do solo da Terra!”

Mas o que nos impressiona a todos é um coração iluminado que desceu do Alto e irradia sobre todos as suas luzes! Grande e sublime estrela do Senhor, de alma genuflexa, nós te respeitamos! Ensina-nos a guardar as tuas bênçãos, vigia os nossos passos, mantém os nossos caminhos abertos para as montanhas da redenção, ajuda-nos ainda, apesar de nossas fraquezas, e, embora permaneças tão alto, recebe as nossas flores! Elas te fazem sentir o aroma de nossos afetos ainda presos entre as hastes da Terra! Estrela soberana, agora e sempre, espalha sobre nós os teus divinos raios! Ensina-nos a ciência do amor, da luz e do infinito perdão! Auxilia-nos! E, ainda que estejamos caídos dá-nos tua luz!

Aqui, meus filhos, também nós fazemos ponto final. Nossas lágrimas falam de nosso reconhecimento e de nossa emoção! Para que as palavras? Entendamo-nos no grande silêncio do coração! Que Jesus abençoe a vocês todos.

Lembranças da velha tia,



Mensagem recebida no dia em que se comemorava 10 anos da partida do vovô Arthur para a pátria espiritual, ocorrida em 14 de dezembro de 1934. Constante do livro (VINHA DE LUZ, 4. ed., 2012, p. 528).

Vide homenagem de Casimiro Cunha ao Prof. A. Joviano:



Engracinha
Francisco Cândido Xavier


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