06/07/1936

O nosso irmãozinho talvez possa vir falar-vos nesta noite. Mas convém fazerdes uma prece mental, com o fim de fortificá-lo na sua natural perturbação. Esperai dois minutos, orando mentalmente.

“Mamãe e papai, eu quero hoje que me abençoem ainda, como no passado. Aproximando-se o meu novo dia na Terra, eu estou como que perturbado e enfraquecido. Disponho de poucos minutos para falar-te, mamãezinha, e neste momento sinto um grande auxílio espiritual, que não posso saber de onde vem para dirigir-te minhas palavras. Hoje parece ser a última noite em que te posso falar antes de retomar as vestimentas da carne. Mas, dentro em breve, falaremos. Quero continuar a ser o teu filhinho bem-amado. Sinto já, mamãezinha, como me apertarás de encontro ao peito. Enquanto os outros procurarem as festas, tu ficarás comigo, cantando para eu adormecer. Descobrirá nos meus olhos os sinais do meu carinho. Quando eu crescer, tu me alimentarás espiritualmente com a luz do Alto e me levarás ao asilo para vermos as meninas, a cujo lado tantas vezes tenho visto a tua bondade. Renascerei, como sabes, muito perto de ti e quero ficar contigo muito, passeando nos teus braços. Não me deixes com as amas, mamãezinha, e nem consinta que eu faça “estação de águas” sem a tua companhia. Não posso me demorar. Está voltando a sonolência de que me sinto possuído e me dizem aqui que a demora pode perturbar a saúde da que será minha futura mãezinha. Deus esteja contigo e com o papai também.”

Amigos, ide repousar. Já chega, tanto para vós quanto para nós, que temos muitos afazeres. Parabéns à nossa irmã Júlia, por ter merecido o que desejava. Boa noite. Paz.

06/07/1936

Na mensagem recebida nesta data, consta recado de Emmanuel para que Rômulo coloque a mão na prancheta para ouvir algumas palavras de seu pai, Arthur.

Notas da Organizadora:

Em referindo-se ao vovô Aurélio, a quem Emmanuel chama, na sequência, de “General” e de “Comandante”.

Refere-se à vovó Júlia.