Encontro de Paz
Versão para cópiaLei da vida
Indagas, muita vez, alma querida e boa, Como recuperar a fé perdida, Quando alguém te vergasta o coração e a vida, A ofender e ferir, espancar e humilhar… Sai de ti mesmo e fita o mundo em torno, Todas as forças lutam, entretanto, A Natureza pede em cada canto: Renovar, renovar… A noite envolve a Terra em longa faixa, Mas a Terra em silêncio espera o dia E o Sol dissipa a névoa espessa e fria, Simplesmente a brilhar… Alteia-se a manhã, o trabalho enxameia… Do pó ao firmamento em novo brilho, Ouve-se, em toda parte, o sagrado estribilho: Renovar, renovar… A semente lançada ao barro agreste Sofre o assalto do lodo que a devora, Mas o embrião resiste, luta e aflora, No anseio de ser pão e alegria no lar… A princípio, é um rebento pobre e frágil, Tolera praga e temporal violento, Faz-se árvore linda e canta entre as notas do vento: Renovar, renovar… Arrebatada a pedra ao chão da furna Quer descanso, sem garbos de obra-prima, Contudo, o artista chega, corta e lima A brunir e a sonhar… Ei-la que escala os topos da escultura E, estátua em que se estampa a essência da beleza, Diz à vida que a busca, encantada e surpresa: Renovar, renovar… Assim também, alma querida e boa, Se alguém te impôs olvido, abandono e amargura, Segue, serve e perdoa o golpe que te apura, Esquecendo o desprezo e procurando amar… E ouvirás claramente, entre ascensões mais belas, Ante a fé no porvir luminoso e risonho, A própria voz do Céu, ao restaurar-te o sonho: Renovar, renovar… |
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