Encontros no Tempo
Versão para cópia50 anos de perseverança mediúnica
A psicografia
R — Desde 1927 quando psicografei a 1ª mensagem, eu senti que a entidade tomava o meu braço como se fosse um instrumento quase que mecânico para que ela pudesse escrever livremente. Muitas vezes, o Espírito comunicante me faz sentir no campo mental aquilo que ele recorda ou pensa mas, habitualmente eu não sei o que ele está escrevendo através do meu braço. É como se o meu braço fosse um aparelho elétrico repentinamente ligado à força, cuja origem eu mesmo não posso precisar.
Início da faculdade mediúnica
R — Eu tinha 4 anos de idade, quando o meu pai e minha mãe em determinado diálogo manifestavam opiniões diferentes à respeito de certa pessoa, quando ouvi ao meu lado uma voz que esclarecia o assunto a favor da pessoa que era lembrada. A voz transmitia palavra de tal modo estranha para mim. Meu pai também se assustou bastante quando me viu transmitir aquelas palavras e chegou a pensar que eu teria sido uma criança trocada em alguns dos atos religiosos que ele e minha mãe frequentavam na condição de católicos, que sempre foram. Depois disso, depois da desencarnação de minha mãe, comecei a vê-la por várias vezes no fundo do quintal da casa da senhora que me recolhera, antes do segundo casamento do meu pai e então, daí para cá, entrei num campo de intercâmbio com o mundo espiritual que eu, francamente não estranhava, porque, na condição de criança, eu não trazia no cérebro nenhum conflito mental, com respeito ao antagonismo, das filosofias, de crenças religiosas, e considerava as visitas do Espírito de minha mãe, acontecimento simples e natural. Somente depois, comecei a perceber que estava num campo que as outras pessoas desconheciam.
Primeira mensagem psicografada
R — Na noite de 8 de julho de 1927, em Pedro Leopoldo, Estado de Minas Gerais.
Formação religiosa
R — A minha formação foi estritamente Católica Apostólica Romana segundo as nossas tradições brasileiras, pois meus pais eram católicos, e minha mãe fazia questão de orarmos junto dela todas as noites, de modo que eu tive essa base que me foi muito salutar e que é extremamente valiosa até hoje.
Mediunidade: reação da família
R — Sim, conquanto meu pai fosse para mim o meu melhor amigo e cuja memória tenho ainda no coração como sendo o melhor companheiro dos meus dias, ele não se conformava com a minha condição de criatura que vivia em dois mundos, de modo que meu pai se contrariava muitíssimo com as informações e com as visões que eu dava notícia, e procurava obstar por todos os meios, o meu desenvolvimento no campo que nós, em Pedro Leopoldo, uma cidade interiorana, naquele tempo ainda no início, plenamente desconhecíamos.
Padre Sebastião Scarzelli
R — Quando meu pai se casou pela segunda vez, aquela que veio para nós como sendo uma segunda mãe, era uma criatura de sentimentos muito nobres e generosos, católica também, por formação. Ela me aproximou de um padre que está sempre em minha lembrança. Trata-se do sacerdote Sebastião Scarzelli, desencarnado na cidade de Joinville, no Estado de Santa Catarina, talvez com mais de 90 anos de idade, já na condição de monsenhor Sebastião Scarzelli. Esse sacerdote, a pedido de minha segunda mãe, me confessou várias vezes, me ditou diversas penitências e diversos deveres de natureza religiosa, às vezes um tanto quanto difíceis para uma criança de 8 a 11 anos de idade. Ele notava que o meu comportamento era de uma pessoa lúcida, mas acompanhada de inteligências que ele não podia, na condição de sacerdote, classificar com justiça absoluta. Quando eu completei 10 anos em 1921, ele foi para mim de uma bondade enorme; aconselhando-me a procurar no trabalho, numa condição de vida, através da qual eu pudesse crescer no interior de Minas Gerais, sem que parentes e amigos chegassem a lembrar a minha internação em sanatório. Ele me reconhecia como pessoa lúcida na minha idade de 10 anos, mas, me via expressando inteligências estranhas a meu modo de ser e me recomendou que esperasse o tempo, para que com a ajuda de Deus pudesse a minha condição mental ser clareada suficientemente e para que eu não viesse a entrar em qualquer processo de perturbação mental. O Pe. Sebastião Scarzelli foi um verdadeiro benfeitor. Pediu para mim um emprego na Cia. de Fiação e Tecelagem Cachoeira Grande, em Pedro Leopoldo, no ano de 1921, onde comecei o meu serviço profissional, ali trabalhando durante 4 anos. Foi o trabalho que me livrou de uma condição difícil de vez que no ponto em que cediam os meus conflitos, qualquer pessoa poderia pensar que se tratava de uma criança mentalmente alienada, o que o Padre reconhecia não ser verdadeiro.
Perseverança e desenvolvimento mediúnico
R — Estou absolutamente convencido que não é assim. Todos os médiuns são favorecidos por faculdades mais ou menos semelhantes. No meu caso apenas a perseverança, durante meio século no assunto, tenha clareado mais um pouco o intercâmbio espiritual, com a mediunidade de que tenho sido portador, com os habitantes de uma Vida Maior. Mas todos os médiuns, se perseverarem, poderão chegar ao máximo resultado possível.
Mudança para Uberaba
R — Desde o dia 5 de janeiro de 1959. Já conhecia Uberaba na condição de servidor do Ministério da Agricultura, nas Exposições Pecuárias no mês de maio. Mas residência fixa foi em 5 de janeiro de 1959, tendo vindo de Pedro Leopoldo para cá.
R — Uma das causas principais que não posso esquecer, foi uma labirintite sofrida por mim, durante dois anos, sem que a medicina de Belo Horizonte e de Pedro Leopoldo pudesse debelá-la. Só consegui fazer com que ela desaparecesse num clima temperado como o de Uberaba. Pedro Leopoldo, minha cidade de nascimento é muito fria e não me permitia as melhoras desejadas. Em Uberaba eu consegui a minha recuperação.
R — Não só por esse motivo, mas porque encontrei em Uberaba, uma comunidade profundamente humana e imensamente compreensiva, onde os católicos, os evangélicos, espíritas e os materialistas conseguem viver em paz uns com os outros com grande respeito mútuo e a maioria de todos eles, interessados no benefício do próximo. Uberaba me impressiona tanto pelo espírito de solidariedade humana, que sinceramente é uma cidade da qual eu não desejaria me retirar em tempo algum.
Cristianismo em Uberaba
R — Em Uberaba não, porque encontrei aqui, Jesus-Cristo, como sendo o ponto comum de encontro de todos os uberabenses no apreço recíproco que os uberabenses cultivam de uns para com os outros. Então, Jesus em Uberaba, é como se fosse uma luz, que iluminando a todos, a todos irmana para benefício da comunidade inteira. Penso que estamos em uma cidade ideal nesse ponto de vista.
Relacionamento com dignidades católicas
R — Já tive a honra de conhecer ambos. O Sr. Arcebispo de Uberaba, Dom Alexandre Gonçalves do Amaral me impressionou vivamente pela grandeza de coração, pelo seu espírito apostólico, na condição de pastor de uma comunidade tão grande, como esta do Triângulo Mineiro. Vi de imediato, ao encontrá-lo na TV Uberaba, que se trata de um mensageiro de Cristo, claramente capacitado para orientar a comunidade e discernir com justiça os problemas da nossa vida em comum e conduzir os cristãos para o bem, porque o bem e a fé são duas luzes que se destacam de imediato na personalidade do Sr. Arcebispo em qualquer contato que tenhamos com ele. Quanto ao nosso digno Arcebispo Administrador Dom José Pedro Costa, já tive igualmente ocasião de encontrá-lo e admirá-lo profundamente pelo seu espírito messiânico, pela sua grandeza apostólica junto a nossa gente de Uberaba, sabendo sempre simplificar as suas palavras ao alcance de todos, servir a Jesus do melhor modo possível para que a paz e o bem estar, a harmonia e a segurança estejam sempre com todos os uberabenses. São dois grandes pastores espirituais, aos quais eu presto a homenagem do meu maior respeito e da minha profunda admiração, pedindo a Deus que nos conserve a vida preciosa deles e a saúde deles, para o bem de nós todos.
Relações com o mundo político
R — Bem, algumas vezes temos recebido políticos de renome dentro de nossas reuniões e fora de nossas reuniões, mas, compreendo a minha total desvalia nesse campo de atividades e creio que terão vindo até nossa casa ou até o nosso grupo, pelo espírito de bondade e de cordialidade humana que caracterizam os nossos homens públicos. Não devo declinar nomes, porque seria pedantismo maior do que aquele que já possuo.
Relações com o mundo artístico
R — Sim. Algumas vezes tenho comparecido em programas de Televisão, absolutamente por respeito de companheirismo, sem qualquer ideia de receber essa ou aquela compensação. E nesses encontros, tenho tido oportunidade de conhecer e cultivar amizades que considero das mais respeitáveis e das melhores em minha vida, como: Aládia Centenaro, Roberto Carlos 5anuza, Mariza Sanches, Lolita Rodrigues, Airton Rodrigues, Dionízio Azevedo, Flora Geni, Maria Isabel de Lisandra, Meire Rose, Paulo de Figueiredo, Fausto Rocha, Aracy Balabanian, Paulo Goulart, Nicete Bruno, Carlos Zara, Ivani Ribeiro, Rodolpho Mayer e esposa, Eva Wilma, Rolando Boldrin, Tony Ramos, Everthon de Castro, Agnaldo Rayol, Moacir Franco, Flávio Cavalcanti, Sílvio Santos, Hebe Camargo, Débora Duarte, Lima Duarte, Gracindo Filho, Juçara Freire, Dercy Gonçalves, Ronald Golias, Carlos Alberto de Nóbrega, Carlos Alberto Richelli, Therezinha Sodré, Nair Belo e seu esposo Dr. Irineu, Lúcia Lambertini e Leonor Lambertini, Maysa e Carlos Alberto, Jair Rodrigues, Denner, Zilda Cardoso, Carmélia Alves, Renato Aragão, Muçum, Mauro Gonçalves, Clara Nunes e marido, Rui Rezende, Cláudia Barroso, Iara Lins, Cleide Yaconis, Luiz Carlos Becker, Dorita Duarte, Marcos Lázaro, Luiz Américo, Ângelo Máximo, Perla, Cláudio Fontana, Almir Guimarães, Blota Júnior, Dulce Santucci, Altamiro Carrilho, Erlon Chaves, Márcia de Windsor, Sérgio Cardoso, José Lewgoy, Antônio Marcos, Cynira Arruda, Geraldo Vietri, Georgia Gomide, Beth Goulart, Célia Coutinho e Eduardo Lambert, Elaine Cristina, Sérgio Galvão, Vicente Leporace, Augusto César Vannucci, Radamés Gnatalle, Sílvio Rocha, Flávio Galvão, Benito di Paula, Marilu Martinelli e outros que não me ocorrem neste momento. Aliás tem um destaque que eu gostaria de dar. Creio que Aládia Centenaro, grande bailarina e diretora de bailado em São Paulo, é um gênio universal, porque ela tem enorme poder de criatividade. Aládia Centenaro é uma das brasileiras mais ilustres que eu conheço em matéria de arte.
Amizade com Roberto Carlos
R — Roberto Carlos tendo vindo à Uberlândia, passou por Uberaba para tomar um avião de regresso à São Paulo. Ele nos deu a honra de uma visita. Isso há mais ou menos cinco anos atrás. Desde então nos tornamos amigos. Compreendo Roberto; um grande gênio criador da música e da poesia brasileira. Seja como poeta, como compositor, ou como cantor, o Roberto Carlos para mim, não é só o amigo, é um gênio admirável também.
O que atrai as pessoas
R — Acredito que muitas pessoas que leem os livros de Emmanuel, André Luiz e de outros amigos espirituais, me procurem no desejo de observar se sou uma pessoa capaz de produzir o livro que elas leram. Acredito que eu deva causar muito desapontamento à essas pessoas, porque eu não tenho nenhuma qualidade especial para impressionar a ninguém. E elas naturalmente compreendem que os livros pertencem aos Espíritos, e não a mim. Entretanto, a maioria das pessoas que me procura, são pessoas que estão sofrendo traumas muito grandes depois do falecimento de entes queridos, almas que sofreram desencarnações cruéis; pessoas que aspiram muitas vezes ao suicídio e querem compreender que o suicídio não consta das leis de Deus; outras pessoas enfermas, desejando melhora. Neste último caso, os Espíritos amigos, por meu intermédio, encaminham para os médicos competentes da nossa cidade e do nosso tempo, para que elas se tratem devidamente como se faz necessário.
Mensagens de parentes
R — Quando o Plano espiritual permite, essa pessoa se comunica. Isso não depende de mim, mas até hoje, tenho recebido algumas centenas dessas mensagens particulares e posso dar aos nossos amigos de “Destaque” alguns livros que relacionam essas mensagens.
O espírito de aceitação
R — Acredito que, se a pessoa está no merecimento natural da cura, tenha ela fé, ou não tenha fé, a misericórdia divina permite que essa criatura encontre a restauração de suas forças. Isso em qualquer lugar, em qualquer religião, ou em qualquer tempo; agora, os Espíritos nos aconselham um espírito de aceitação. Primeiramente em qualquer caso de doença que possa ocorrer em nós, em nosso mundo orgânico. O espírito de aceitação, torna mais fácil para o médico deste mundo ou para os benfeitores espirituais do outro, atuarem em nosso favor. Agora, a nossa aflição ou a nossa inquietação, apenas perturbam os médicos neste mundo e no outro, dificultando a cura. E podemos ainda acrescentar: que muitas vezes temos conosco determinados tipos de moléstias, que nós mesmos pedimos, antes da nossa reencarnação, para que nossos impulsos negativos ou destrutivos sejam treinados. Muitas frustrações que sofremos neste mundo, são pedidas por nós mesmos, para que não venhamos a cair em faltas mais graves do que aquelas que já caímos em outras vidas. Mas, como estamos num regime de esquecimento — como uma pessoa anestesiada para sofrer uma operação —, então nos desmandamos em rebeldia, em aflição desnecessária, exigindo uma cura, que se tivermos, será para a nossa ruína. Não para o nosso benefício.
Tratamento médico
R — Perfeitamente. Tenho um problema de luxação no olho esquerdo, desde o ano de 1931 e me trato de 3 em 3 meses ou de 6 em 6 meses com oculistas em Belo Horizonte e em Uberaba, acompanhando a evolução dos medicamentos, para que a minha doença possa também ser contida para não me causar maiores delapidações no campo ocular. Neste ponto de vista, o meu médico, em Uberaba, é o Dr. Ismael Ribeiro da Silva. Quanto a tratamentos cirúrgicos, já passei por cinco operações de grande risco. A última ocorreu em 1968 no Hospital Santa Helena, em São Paulo, mas sempre sob controle médico, e com todas as técnicas da cirurgia dos tempos que atravessamos.
Tratamento espiritual
R — Os Espíritos sempre me explicaram que mediunidade não nos faculta privilégio algum e que na condição de doente, eu deva ser tratado, como um doente qualquer, mas não como um doente especial. Sabemos que centenas de pessoas estão hospitalizadas. É mais do que natural que eu também de tempo em tempo, passe pela provação de sofrer em meu corpo, o bisturi ou outros instrumentos, que corrijam desajustes com os quais eu não poderia continuar vivendo…
Processo anginoso
R — É verdade. Mas, isso eu considero muito natural, em uma pessoa de 67 anos, sabendo-se que minha mãe aos 36 janeiros de idade, faleceu, vítima de angina. De modo que não é nada de admirar que aos 67, o mesmo problema de angina esteja no meu campo orgânico me criando a necessidade de um tratamento rigoroso.
R — No meu atual tratamento, no campo circulatório, os meus médicos são os Drs. Sílvio Pontes Prata, que é eminente cardiologista do Triângulo Mineiro, e o Dr. Eurípedes Vieira, médico também muito distinto, da cidade, com larga experiência médica tanto no Brasil, como nos Estados Unidos.
Doação de direitos autorais
R — Sem dúvida. É verdade. Eu nunca entreguei um livro sequer com o objetivo de compensação monetária. Os livros pertencem às editoras espíritas que os lançam sempre para fins beneficentes, ou da divulgação da própria Doutrina Espírita. Pertencem à essas editoras, e não a mim; porque de cada livro eu entrego um documento público de doação, de qualquer direito que me possa caber no assunto para que pessoa alguma ligada à minha vida venha a reclamar esse ou aquele direito depois da minha morte, porque os livros não são meus, e sim, dos Espíritos amigos que se comunicam, por meu intermédio.
R — O Departamento Editorial da Federação Espírita Brasileira, no Rio de Janeiro, capital hoje do Estado do Rio; o Grupo Espírita Emmanuel, na cidade de São Bernardo do Campo, Estado de São Paulo; o Instituto de Divulgação Espírita André Luiz, na cidade de São Paulo; a Editora Espírita Allan Kardec, em São Paulo, Capital; o Instituto de Difusão Espírita, da cidade de Araras, Estado de São Paulo; a Comunhão Espírita Cristã, nesta cidade de Uberaba e outras ainda. [v. ]
Livros vertidos para outros idiomas
R — Alguns desses livros já foram traduzidos. Temos 13 traduzidos para o castelhano, 4 traduzidos para o Esperanto, 5 para o inglês, 1 para o francês, 1 para o japonês, 1 para o grego, 3 para o tcheco. Temos alguns em outros países, com os direitos cedidos pelas editoras, aos quais eu fiz a entrega gratuitamente. Podemos ainda acrescentar, que já temos 22 livros em braille, recebidos de nós para os nossos irmãos, que são portadores de cegueira física.
Correspondência pessoal
R — Em média, recebemos 60 cartas por dia.
Remessas de mensagens
R — A média de 20.000 por dia e 120.000 por semana, porque expedimos com exceção dos domingos. O Correio de Uberaba pode dar testemunho.
R — Como é razoável, não temos remuneração absolutamente para qualquer atividade espiritual. Mas, muitos amigos nossos espontaneamente nos oferecem selos e recursos outros, com os quais nós sustentamos essa tarefa. Mas é preciso esclarecer que esses recursos são sempre enviados a nós, espontaneamente, sem qualquer constrangimento, apenas com muita gratidão de nossa parte, para aqueles que se lembram de que estamos trabalhando dentro de uma causa em que não há sentido monetário para pessoa alguma.
Discos e direitos autorais
R — Os discos que foram lançados sob minha responsabilidade, até hoje, pertencem à Comunhão Espírita Cristã de Uberaba. A essa Instituição, entreguei os discos com muito prazer, para fins beneficentes. Pertencem à CEC e não a mim.
Mediunidade a atividade profissional
R — Absolutamente. Eu trabalhei 40 anos em minha vida profissional; 4 anos em uma fábrica de tecidos, 4 anos num empório onde não havia apenas o trabalho de balconista, mas também zelador de uma horta muito extensa, no horário das 7 da manhã às 9 da noite. Trabalhei 32 anos consecutivos no Ministério da Agricultura, na condição de escriturário. Desta maneira, trabalhei 40 anos na profissão e trabalhei 50 anos em mediunidade praticamente à noite, pois as sessões foram sempre efetuadas, quando eu estava fora do horário da atividade profissional.
R — A nossa Instituição traz o nome de Grupo Espírita da Prece e está situada à Av. João 23, nº 1495 (mil quatrocentos e noventa e cinco).
Colaboradores na tarefa
R — Podemos perfeitamente, porque estamos certos de que nada podemos realizar sozinhos neste mundo.
Temos a colaboração do Sr. Weaker Batista, da sua esposa Dna. Zilda Batista, da Sra. Dna. Elza Fontoura Calixto, do Sr. Otoniel Calixto, do Dr. Eurípedes Humberto Higino dos Reis, do Dr. José Ramos, Dna. Carmen Higino das Reis, do Sr. Davidson Andrade, do Prof. José Thomaz da Silva Sobrinho, do Dr. Carlos Baccelli e de sua esposa Dna. Márcia da Silva Baccelli, do Sr. Vivaldo da Cunha Borges, Sr. Agnello da Silva, Dna. Gema da Silva, Dna. Maria de Souza, do Dr. Alaor Ribeiro e sua esposa Dna. Adélia Ribeiro, do Dr. Fúlvio Márcio Fontoura e sua esposa Dna. Ivone Fontoura, Dna. Haydée Nunes, Antônio Ribeiro da Silva e sua esposa Dna. Irma da Silva, Antônio Simões, Eurípedes de Melo, (o nosso estimado “Cabo Xexéu”), o soldado Darcy, o Sr. Carlos Alberto Guimarães, Dna. Maurita de Castro, a Srta. Joana D’Arc Napoli, os irmãos Eurípedes Alan e Alan Eurípedes de Napoli, Dna. Doris de Araújo Cipriani, Sr. Antônio Corrêa de Paiva, Dna. Terezinha Pousa de Paiva, Dna. Maria Alice Palis, Dna. Jamila Palace, Dr. Euclides Moacir Valtrik, Sr. Alaor de Souza Ramos, e outros muitos, cuja colaboração nos é extremamente valiosa.
R — São militares muito dignos, cedidos pela direção do 4º Batalhão de Polícia Militar, sediado em Uberaba, por alta generosidade do comandante, que compreende que somos, no nosso grupo, visitados por centenas de pessoas desconhecidas e que nos ajuda a sustentar a ordem, através desses dois amigos, que além de serem dois moços altamente capacitados para o cargo que ocupam, são também militares muito distintos que nos dão cobertura em questão de segurança. Além desses, quando necessário, o 4º B. P. Por bondade do Sr.comandante, autoriza a vinda de outros agentes policiais de ordem e segurança, para guardar a nossa vida comunitária com a harmonia precisa.
Atividades no Grupo Espírita da Prece
R — Às sextas feiras, das 4 da tarde até as primeiras horas da madrugada, aos sábados temos a nossa reunião das 4 da tarde às 6 para retornar ao término da reunião das 8 horas da noite, habitualmente até as 11 da noite.
R — As mensagens são recebidas, sem qualquer conhecimento da minha parte porque os Espíritos superiores estudam a assembleia que está presente e extraem a média das necessidades do público, que requisita a atenção do Plano espiritual e nossos amigos espirituais fornecem as mensagens conforme as necessidades do todo, que às vezes se constitui de dezenas ou centenas de pessoas. Agora, no contato verbal, no diálogo, na maioria das vezes, funciono como alguém que ouve e transmite com toda consciência daquilo que eu ouço, para fiscalizar a minha própria palavra na transmissão dela, a fim de que eu não crie na pessoa que me ouve, imagens negativas, pelas quais eu devo ser responsabilizado.
R — Sim, os Espíritos nos ensinam que todo Grupo Espírita deve ter alguma tarefa assistencial. Nós temos a nossa tarefa assistencial nas tardes de sábado no chamado bairro Mata do Carrilho da periferia de Uberaba, onde são distribuídos
Mediunidade e interesse
R — O Espírito de Emmanuel que passou a supervisionar as nossas atividades mediúnicas em 1931, de início, me explicou que eu deveria demonstrar todo desinteresse possível no assunto, pois essa seria a forma pela qual eu poderia tornar evidente às pessoas que não me conhecem, a verdade da mensagem que Emmanuel e os outros amigos espirituais iriam dar por nosso intermédio. Se eu me beneficiasse com essas mensagens, naturalmente que não poderia convencer as pessoas quanto à minha sinceridade. De modo que muita gente pode não crer, mas posso dizer que com todas as minhas imperfeições, tenho permanecido 50 anos consecutivos fiel a esse princípio de desinteresse quanto ao fruto do trabalho dos Espíritos por meu intermédio, porque com isso eu creio que ninguém poderá me acusar de pessoa fraudulenta ou de má fé, usando o nome dos Espíritos em assuntos que eu considero absolutamente veneráveis.
Os falsos profetas
R — Eu não posso julgar a pessoa alguma. Creio que determinados enganos possam ocorrer em qualquer campo de atividade humana, seja ele religioso, filosófico ou científico, para que a criatura obtenha o discernimento preciso para comandar a sua própria vida. No caso, nós sabemos que a expressão bíblica é simbólica; mas, vamos recordar que no princípio da Bíblia, temos uma serpente como instrutora de Adão e Eva. Se o Senhor permitiu que uma serpente fosse o primeiro professor de duas criaturas humanas no Jardim do Éden, que diríamos no mundo de hoje.
Inimigos pessoais
R — Não tenho inimigos, propriamente considerando essa palavra, mas acredito que tenha muitas pessoas que passaram da amizade à indiferença para comigo quando compreenderam que eu não era a criatura dotada de qualidades aquelas, pudesse eu possuir. De modo que não tenho inimigos, mas tenho amigos que ficaram indiferentes quando viram que eu sou uma pessoa humana tão imperfeita quanto às outras.
Autoapreciação
R — A de um Espírito reencarnado com muitos defeitos e com muita vontade de efetuar esse trabalho de autoeducação e autoburilamento que eu acredito que todos nós somos chamados a fazer durante o período a que denominamos de existência terrestre e sempre na transformação que busco, com muitas dificuldades para ser o que eu desejo ser.
Espontaneidade das mensagens
R — Sempre por determinação dos Espíritos comunicantes. Costumamos mesmo dizer que estamos com um telefone que apenas pode ser acionado do Além para cá; mas nunca do nosso lado para o Além, porque, ignorando o que se passa no Além, nas evidências com que a vida lá se desenvolve, cremos ser de nossa obrigação estudar a Doutrina e esperar que as mensagens sejam espontâneas, mas nunca por nossa própria determinação, ou imposição.
O problema da morte
R — A morte, a meu ver é mudança de residência, sem transformação da pessoa, porque a vida continua com tudo aquilo que colocamos dentro de nós; seja o bem, ou seja a ausência do bem, aquilo que nós denominamos o mal. Nós passamos para outra vida, com aquilo que fizemos de nós mesmos.
R — Penso que a vida inteira é uma preparação para o fenômeno da morte. Agora, no meu ponto de vista pessoal, eu não me sinto com qualidades para adquirir uma situação de destaque além da morte, sendo que devo praticar o espírito de aceitação. Comparecerei diante da morte, no estado em que for chamado, fazendo o que posso, sem nunca fazer o que devo, porque o que devo fazer é sempre a meta que eu procuro alcançar e da qual eu ainda me sinto muito longe.
Processo de reencarnação
R — Tecnicamente eu não poderia explicar a questão do renascimento em seus primórdios, mas, estou certo de que a escolha, a preparação, apenas são facultadas àqueles Espíritos que as merecem. Determinadas criaturas, por seus méritos pessoais ou pelos méritos dos pais que vão receber, pode perfeitamente escolher o gênero de atividade a que se dedicará na Terra, mas, estou certo, de que muitos renascimentos precipitados são efetuados sem qualquer preparação, e obedecem ao livre arbítrio das pessoas, que nem sempre respeitam as leis da vida e que atraem para o seu campo emotivo, para o seu grupo doméstico, Espíritos que renascem como agentes de regeneração da própria pessoa ou do grupo que os recebem.
R — Isso depende da função que ele se designou a cumprir aqui na Terra. Às vezes é obrigado a escolher um corpo de mulher, por ser o seu trabalho, uma missão feminina e vice-versa.
Alfredo, vamos ver “O Livro dos Espíritos”, pois ali, o assunto está sendo tratado com muita segurança:
“O Espírito que animou o corpo de um homem pode animar o de uma mulher, numa nova existência e vice-versa? — Sim, pois são os mesmos Espíritos que animam os homens e as mulheres.
Quando somos Espíritos preferimos encarnar num corpo de homem, ou de mulher? — Isso pouco importa ao Espírito; depende das provas que ele tiver de sofrer.”
Aí está clara a resposta à sua pergunta no dizer do próprio Allan Kardec; outras formas ainda, podem esses Espíritos tomar, e gostaria de te mostrar uma poesia que fala bem a respeito: Veja: “Conflito Psicológico” — Cornélio Pires, do meu livro “”, de autoria dos nossos Benfeitores Espirituais.
Mensagem de Emmanuel
R — Tenho, e é com muita satisfação que cedo à revista “Destaque”, esta mensagem que ainda não foi publicada. Foi enviada por Emmanuel no Grupo Espírita da Prece, em reunião da noite de 12 de agosto de 1977, intitulada:
Se já descobriste que te encontras no Plano Físico, em luta pelo próprio burilamento íntimo, não olvides trabalhar pelo próprio triunfo.
Observa o valor do tempo.
Age para o bem de todos.
Serve sem reclamar.
Atende aos próprios deveres com alegria.
Aceita-te como és, buscando melhorar-te.
Conserva a paciência.
Não esmoreças.
Espera o melhor da vida.
Além dos encargos cumpridos, faze algo mais, em favor dos outros.
Não guardes ressentimentos.
Considera os direitos alheios, sem esquecer o respeito que se deve às vantagens e aos méritos dos próprios adversários.
Fala construindo.
Não lamentes quem te deixou o caminho, bandeando-se para outras estradas.
Não te detenhas no que passou, senão para fixar alguma lição com que a vida te haja enriquecido a experiência.
Nada reclames.
Auxilia, ao invés de condenar.
Abstém-te do excesso de tranquilizantes que te possam induzir à irresponsabilidade.
Aceita os problemas do mundo, como são para que te decidas, quanto a eles, em plena consciência de tuas próprias escolhas.
Nunca te acredites sem necessidade de trabalhar. Compadece-te dos que erram, imaginando-te no lugar deles, para que entendas o valor do entendimento e do perdão, nas fraquezas de que ainda somos portadores.
Ensina aprendendo.
Haja o que houver, confia em Deus e segue adiante, fazendo o melhor que possas.
Então, conhecerás o verdadeiro triunfo, aquele que nasce da própria segurança, apagando-te qualquer disposição à discórdia, porque transportarás em ti mesmo a vitória da paz.
Entrevista concedida ao jornalista Alfredo Neto, da revista Destaque, Uberaba/MG, e publicada no nº 2, de outubro de 1977, sob o título: “50 Anos de Perseverança Mediúnica”.
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Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.
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