Encontros no Tempo

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Capítulo XVI

Gratificações no exercício da mediunidade

R — Perfeitamente. Os amigos podem perguntar à vontade e estejam certos de que ouvirei as indagações com muita vontade de responder acertadamente.


Tratamento de saúde médico e espiritual

R — Sim, desde novembro de 1976, estou em tratamento rigoroso das coronárias, atravessando dias difíceis e menos difíceis.


R — Sim. Meu tratamento tem sido constante, com a supervisão da medicina uberabense.


R — Naturalmente. Qual sucede à toda pessoa de fé religiosa, conto sempre com o amparo dos Benfeitores Espirituais que nos assistem, à cuja bondade me recomendo, através da oração. Sempre admiti que sem apoio da Divina Providência, através das forças que a representam, nada conseguimos em nosso favor.


R — Não penso assim. Somos, cada um de nós, um Espírito imortal, conquanto em evolução, usando um corpo perecível.

Na condição de médium, não poderia fugir à lei do desgaste. Em minha atual posição física, prossigo sempre “eu mesmo”, entretanto a máquina ou veículo terrestre que me foi confiada para trabalhar é idêntica, mais ou menos, a das outras pessoas.

Os órgãos de que nos valemos para as nossas manifestações pessoais se desgastam, naturalmente, pela ação do tempo ou do trabalho a que nos empenhamos.


Grupo Espírita da Prece

R — Minhas atividades mediúnicas, no Grupo Espírita da Prece, aqui em Uberaba, continuam regularmente, dentro de minhas atuais possibilidades de serviço.


Permanência em Uberaba

R — Estou residindo nesta cidade há quase vinte anos, de vez que me instalei aqui em 5 de janeiro de 1959.


R — Encontro, em Uberaba, o clima ideal para o trabalho em que todos nos achamos pelo respeito mútuo e pela dedicação à cultura que assinalam a comunidade uberabense. A Bondade de Deus me concedeu aqui afeições tão sinceras e abnegadas que, sem me esquecer da dívida de reconhecimento que cultivo para com Pedro Leopoldo, a cidade mineira em que nasci, posso dizer que me sinto uberabense pelo coração.


Inimigos e opositores

R — Nunca tive inimigos. Se isso ocorre, sem que eu saiba, creia que nessas pessoas não vejo adversários, mas sim amigos que talvez me quisessem colocar numa altura, na qual eu não conseguiria viver. Notando que sou um ser humano, como sucede a outros seres humanos, semelhantes amigos se afastam, contrariados por não conseguirem de mim a imagem elevada que desejariam.


R — Opositores, segundo creio, todos temos. Aliás, aprendi, nas experiências da vida, que o opositor sempre nos auxilia ou procura auxiliar-nos a permanecer no rumo que a própria vida nos traça.


Decepções: o que são

R — Decepções são ocorrências naturais do caminho de todos. Se recebo decepções, também, de minha parte, devo tê-las causado. A reciprocidade nesses casos é inevitável. E creio mesmo que a decepção é um desafio da escola humana, a fim de sabermos se estamos coerentes conosco, na seleção dos valores que se nos fazem necessários no prosseguimento harmonioso das tarefas a que nos achamos empenhados.


Cessão de Direitos Autorais

R — É verdade. Tenho assinado várias escrituras de confirmação das cessões de direitos autorais, em algumas cidades, nas quais se encontram editoras que publicaram os livros nascidos de minhas faculdades mediúnicas, inclusive aqui em Uberaba.


R — Não penso em desencarnação, que é assunto dos Desígnios Superiores que nos governam. Acontece que já ultrapassei os cinquenta anos de serviços mediúnicos e o tempo é um relógio na solução dos problemas de ordem legal.


R — Os livros mediúnicos de nossa responsabilidade atingem atualmente o número de 167 até agora, e todos foram cedidos gratuitamente.


Início das atividades mediúnicas

R — As nossas atividades mediúnicas começaram em 1927.


Mediunidade e trabalho profissional

R — A mediunidade nunca interferiu em minhas atividades profissionais. Trabalhei quatro anos numa fábrica de tecidos, quatro num empório de intensa atividade comercial e trinta e dois no Ministério da Agricultura, em cujo quadro de servidores sou hoje Escriturário Aposentado.


Recompensa pela tarefa

R — Encontrei no exercício da mediunidade uma compensação que considero superior à que me pudesse advir, através da remuneração amoedada. Essa compensação é a dos admiráveis amigos que Deus me concedeu na seara espírita-cristã.


Problemas de tributação

R — Toda pergunta é respeitável e se nem todas podem obter, de imediato, a resposta ampla e concreta, em meu caso dos livros mediúnicos, posso apresentar às dignas autoridades da Receita Federal as documentações comprobatórias de que nunca recebi qualquer pagamento das editoras espíritas evangélicas por páginas obtidas por mim, mediunicamente. No presente caso, as escrituras confirmativas das cessões irrestritas dos direitos autorais, por mim assinadas, podem desfazer quaisquer dúvidas.



R — Como não? Claramente que sim. A publicação desses documentos ser-me-á muito útil, não só para esclarecimento público, mas, também, para servir como prestação de contas aos verdadeiros autores desses livros e benfeitores amigos da Vida Espiritual, dos quais tenho sido um medianeiro imperfeito.

Aqui estão as escrituras diversas:


Ao . — À . — À . — Ao . — Ao — À . — .


Outras editoras

R — Sim. Outras entidades editoriais do nosso País possuem livros mediúnicos igualmente cedidos por nós, com a documentação legal adequada, como sejam, a “Livraria Allan Kardec Editora”, na capital de São Paulo, e a “Casa Editora — O Clarim”, da cidade de Matão, Estado de São Paulo.


Traduções: direitos

R — As diversas traduções de nossos livros mediúnicos para outros idiomas são da competência e responsabilidade das editoras espíritas às quais fizemos a cessão gratuita dos direitos autorais que nos competem, na condição de médium ou co-autor com os Mentores e Amigos Espirituais que escrevem por nosso intermédio. Respeito, sinceramente, tudo o que as referidas editoras realizam nesse particular.



Entrevista concedida ao jornal Lavoura e Comércio, de Uberaba/MG, e publicada em sua edição de 2 de dezembro de 1978, com o título: “Entrevista — livros e cessões de direitos autorais de Chico Xavier”.



Francisco Cândido Xavier


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