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Capítulo III

3ª Mensagem

Romêro Junqueira Alves de Souza

MENSAGEM I


Querido papai e querida mãezinha Nilda, isto aqui não é mensagem e sim coração falando no papel, a fim de saudar meu pai pelo querido aniversário, no dia 18 próximo, e o feliz aniversário do vovô Homero, que transcorre no dia 20 deste mês de novembro, e as nossas festas. Não as modifiquem.

Queremos muitas flores e muita música para os aniversariantes queridos. Dinheiro não temos para essas encomendas, mas a mãezinha Nilda fará isso por nós, desembolsando o que for necessário.

Mãezinha Nilda, muito grato ao seu devotamento de mãe, que nos garante o equilíbrio e a alegria em casa.

Um abração ao Leonardo, o irmão amigo que aí ficou a representar-nos, e muitas lembranças para a nossa Luciene, a nossa Neguinha, cuja lealdade à nossa casa é um livro de bênçãos.

Os companheiros amigos abraçam os familiares queridos, e com o meu abraço de filho muito grato ao papai, à mãezinha Nilda, ao Leonardo e Luciene, aqui termino com aquele beijão de filhote grande, que não deixou de ser a criança da nossa casa,


Romêro

MENSAGEM II

Homenagem

Conheço um homem que se esqueceu de sua própria juventude para que os seus filhos se destacassem na fina flor da mocidade do mundo; que nunca ergueu a voz em casa, incomodando a abençoada companheira que Deus lhe concedeu por esposa devotada e companheira de todos os dias; que, embora cansado pelo exaustivo trabalho de cada dia, jamais deixou que a esposa se levantasse pela madrugada, a fim de atender aos filhinhos doentes, dos quais sempre se fez o vigilante enfermeiro; que apesar de trazer a cabeça preocupada com negócios e iniciativas do homem de bem, sempre encontrou tempo bastante para jogar bola ou medir forças com os seus pequerruchos; que sabendo de travessuras desagradáveis de seus rapazes, jamais lhes feriu o brio com repreensões ou palavras agressivas, porque o diálogo amigo foi sempre a base de seu intercambio com os filhos que o adoram; que estudando os orçamentos domésticos e pesando valores e conveniências, preferisse usar roupa humilde, conquanto digna, para que seus rapazes se apresentassem nos grupos sociais na melhor forma; que podendo sustar os caprichos dos seus meninos através da contensão de despesas, resolvesse não negar-lhes o carro de passeio ou destinado aos estudos, preferindo, muitas vezes, vencer longas distâncias a pé; que informado quanto às despesas enormes dos seus rapazes, não se recusasse a pagar-lhes os compromissos; que ofendido por alguém, soubesse perdoar; que afrontado por prejuízos, cuja procedência conhecia suficientemente para as justas reclamações, não olvidasse a amizade e não deixasse de sofrer desvantagens para ser sempre o amigo de seus amigos; que fatigado pelas tarefas referentes ao seu mundo particular de serviço, nunca negasse presença aos filhos queridos nesse ou naquele evento festivo que se representasse união e bênção para a sua família; que doente, não se recusasse a agir no cumprimento dos deveres assumidos e que, um dia, depois de consagrar a sua existência aos seus queridos rapazes, de inesperado, encontrou dois deles esmagados, junto de amigos que lhes eram companheiros de coração e nada tivesse contra Deus e contra a vida.

Conheço esse homem que abraçando os filhos mortos, apenas clamou, em lágrimas: Deus que no-los deu, pediu de volta os nossos Tesouros! Louvado seja Deus!

Conheço a felicidade de conhecer esse pai e amigo que nunca se marginalizou em aventuras que lhe desprestigiassem o lar!

Esse homem é meu pai.


Romêro

Junqueira Alves de Souza


MENSAGEM III


Querido papai José Marco, Deus nos abençoe a todos.

Falo aqui nestas linhas pobres, em nosso nome. O Didido, o Guto, o Nadinho e o Alexandre estão aqui, em minha companhia, ou melhor, eu estou na companhia deles, e todos nós nos rejubilamos com os nossos primeiros 365 dias de libertação da vida física, a se complementarem no próximo dia 3 de fevereiro corrente. 365 dias que nos transformaram a todos.

Ignorávamos que a carreta que nos esmagou a forma dos cinco, no carro que não conseguimos dominar, viesse a ser um fator de tantos benefícios.

Nossos lares passaram a compartilhar das provações dos lares desprotegidos.

Nossos assuntos se elevaram.

Nossas festas de aniversário foram reduzidas à expressão do que deveriam ter sido, com a ausência dos frascos de alto preço, para que a nossa economia se fortalecesse para o socorro aos mais fracos.

Passamos a visitar lugares de dor e necessidade, que antes da famosa carreta não nos interessavam tanto.

Com isso não quero dizer que as carretas do mundo devam sair por aí furtando a vida dos outros, mas, sim, observo a modificação benéfica de nossos hábitos, sob a influência da desencarnação.

Saímos daquele acidente, os cinco amigos, à maneira de cinco mensagens de esperança, embora sofrêssemos o rigor da separação imprevista.

Encontramos em nós mesmos não apenas outros corpos — os nossos corpos espirituais —, mas também a possibilidade de nos reaproximarmos de nossos pais e irmãos queridos, com a finalidade de constituirmos um grupo social diferente.

Um grupo familiar que aprendeu a não desperdiçar para ter o necessário ao campo daqueles que sofrem problemas muito maiores do que os nossos, e começamos o nosso maior esforço na fundação de nossa Nave da Saudade que, na essência, é uma nave do amor que Jesus nos ensinou.

Conseguimos dividir o nosso pão com os doentes e velhinhos, com as mães aflitas e com as crianças subnutridas e, com isso, atraímos a cooperação de tantos amigos que, atualmente, em Frutal, nos estendem as mãos, enriquecendo-nos de recursos que, somados às nossas pequenas possibilidades, se fazem uma fortuna de bênçãos.

Em verdade, e digo isso com alegria, nós, os cinco amigos, não nos doutoramos, qual era o nosso desejo, e a nossa melhor aspiração a fim de sermos profissionais liberais de que os nossos pais e as nossas mãezinhas se orgulhassem, mas em companhia desses mesmos pais queridos, nos transformamos em servidores das mesas, onde se alimentam os tutelados de Cristo, cujas preces de agradecimento nos envolvem de bênçãos e alegria intransferíveis.

A dor de fevereiro passou a ser a nossa esperança de fevereiro entrante.

Estamos felizes pelo ensejo de sermos úteis, e estamos aprendendo a transformar as saudades em aulas de solidariedade humana.

Noto que a seiva das árvores lhes preparam os frutos, e que o sangue de nossas mães queridas, em nosso nascimento no mundo físico, se transformam em leite de que as nossas forças se nutrem para crescermos valentes e contentes.

E, agora, reconheço que as nossas lágrimas se fizeram pães, destinados aos companheiros do mundo, que a carência persegue, e em pratos de alimentos, que devolvem a saúde aos tristes e desalentados, aos filhos da necessidade, e aos irmãos de ninguém, aos quais Jesus prometeu assistência e carinho.

“Não vos deixarei órfãos” — disse-lhes Jesus, (Jo 14:18) um dia, pois nós acreditamos que, com a bênção do Cristo, seguiremos para adiante, diminuindo o sofrimento onde o sofrimento esteja aniquilando esperanças preciosas.

Papai José Marco, diga aos nossos amigos e às nossas mães, que estamos felizes e, para nós, qual disse certa vez o Apóstolo São Paulo, “a morte foi tragada na vitória”. (1co 15:54)

Parabéns à nossa querida Nave e que Jesus nos proteja. Sempre seu filho e companheiro de fé viva em Deus,


Romêro

Romêro Junqueira Alves de Souza, irmão de Didido — Rodrigo Junqueira Alves de Souza, autor do Capítulo 2, e primo em segundo grau de Guto — Wagner Augusto Alves de Souza, autor do Capítulo 3, acima, nasceu em Frutal, a 18 de fevereiro de 1972, tendo concluído a 6ª série do 1.° Grau.


Mensagem I

1 — “Querido papai e querida mãezinha Nilda, isto aqui não é mensagem e sim o coração falando no papel, a fim de saudar meu pai pelo querido aniversário, no dia 18 próximo, e o feliz aniversário do vovô Homero, que transcorre no dia 20 deste mês de novembro, e as nossas festas.” — Eis, leitor amigo, outra prova de autenticidade mediúnica, uma vez que o Dr. José Marco Alves de Souza e D. Nilda de Lourdes Junqueira de Souza, genitora do comunicante, não se referiram ao aniversário dele, Dr. José Marco, no próximo dia 18, e nem ao do Sr. Homero Alves de Souza — Vovô Homero, ilustre industrial frutalense (fone 421:2414) —, no dia 20 de novembro, com o médium Chico Xavier ou qualquer outra pessoa, presente à reunião do Grupo Espírita da Prece daquela memorável noite.


2 — Leonardo e Luciene, a nossa Neguinha — , acima.


Mensagem II

Como podemos observar, “Homenagem” é uma autêntica obra-prima da literatura mediúnica, que bem demonstra o alto nível de evolução do seu jovem Autor Espiritual, psicografada na noite de 10 de agosto de 1985.


Mensagem III

Belíssima página que vem nos lembrar, mais uma vez, de que “Fora da Caridade não há Salvação” e de que há necessidade do Trabalho, da Solidariedade e da Tolerância, a fim de que não seja preciso que se reencarne um Espírito com dívida cármica relacionada com a morte violenta, em plena mocidade, em nossos núcleos familiares, na condição de filho para nos levar, através do sofrimento ocasionado pela aparente perda da presença física do ente amado, à prática efetiva do bem.

Que todos nós possamos, espontaneamente, nos empenhar no socorro físico e moral às criaturas que nos cercam, com vistas a que, caso haja algum Espírito com uma programação daquela natureza, com a prática da caridade legítima, venha ele a receber a devida moratória da Vida Mais Alta para procrastinar a sua permanência na Terra, por se transformar num seguidor dos passos do Divino Mestre.

Pensemos bem nisso, leitor amigo, e prossigamos confiantes na Misericórdia de Deus, trabalhando até o limite das nossas forças, perdoando setenta vezes sete a todos aqueles que nos ofenderam, consciente ou inconscientemente.


Elias Barbosa


Romêro
Francisco Cândido Xavier


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João 14:18

Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.

jo 14:18
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I Coríntios 15:54

E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.

1co 15:54
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