Reconforto

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Reconforto

Amigo leitor.

Devotado companheiro e nós outros, em trânsito para os sítios que demandávamos, nos achamos, quase de inesperado, à frente de grande multidão, numa praça terrestre, quando um irmão de nossa viagem, nos questionou:

— Que escreverias para esta imensa aglomeração humana, constituída, aliás, por nossos irmãos da estrada evolutiva?

Centralizei a atenção nos circunstantes que renteavam conosco e em todos vi brilhar a chama da esperança, mas não me detive a destacar os chamados “felizes da Terra”.

Muitos ali traziam na face os estigmas da inquietação e do sofrimento.

Mulheres que ostentavam constelações de joias no peito, mostravam pesadas cruzes na intimidade da própria alma;

cavalheiros corretamente apessoados, revelando a elevada posição que lhes assinalava a situação na hierarquia social, exibiam no cérebro densas nuvens de expectação;

toda uma legião de homens patenteava no próprio aspecto, as tribulações que lhes atormentavam a vida íntima;

esse escondia as lágrimas por um filho morto;

aquele recordava a esposa internada num sanatório para toxicômanos;

outro memorizava o montante das próprias dívidas;

outros muitos ocultavam os sinais da moléstia grave de que se sabiam portadores;

jovens aparentemente despreocupados, exteriorizavam mentalmente o desequilíbrio que lhes marcava os sentimentos;

outros apresentavam o coração dilacerado pelos conflitos do lar em que haviam nascido;

e muitos outros carregavam no próprio corpo as raízes da enfermidade que, mais tarde, os conduziria para a morte.


Sem qualquer pretensão, experimentei tremendo impulso de solidariedade, desejando permanecer ali, junto aos companheiros em provação e respondi ao nosso interlocutor:

— Sim, se me for permitido endereçar algumas páginas dedicadas aos irmãos que sofrem no mundo e que se acham entranhados nesta multidão enorme, espero que o Senhor Jesus Cristo me inspire a escrever sobre reconforto.


Aqui tens, leitor amigo, a origem deste volume desataviado e simples que te colocamos nas mãos.



Uberaba, 11 de março de 1986.



Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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Mateus 5:4

Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

mt 5:4
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Mateus 5:4

Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;

mt 5:4
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Mateus 7:21

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

mt 7:21
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Mateus 10:34

Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;

mt 10:34
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