Estradas e Destinos

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Capítulo XXII

Tela do mundo

A Terra esbanja beleza,

Na cúpula dos países,

Fulguram povos felizes,

Riquezas em profusão…

A Natureza soberba,

Guarda tesouros na selva,

Flores enfeitam a relva,

Veludo que adorna o chão.


Das cidades opulentas,

Voam naves poderosas,

Surgem torres luminosas,

Brasões, legendas, troféus…

A inteligência se alteia,

Abrindo escolas e estradas,

Há mansões dependuras,

Na luz dos arranha-céus!…


Mas à frente do esplendor

Em que o ouro se descobre

Surge o mundo margo e pobre,

Dos que vivem de esperar…

Tristes mães rogam auxílio

Em dolorosas andanças,

Para mirradas crianças

Que se agitam sem lugar!…


Irmãos despontam na praça,

Sob o fascínio do furto,

Avançam em passo curto

De empórios retiram pães;

Moços fortes ao prendê-los

Prometem pancadaria,

Há tumulto e gritaria

Em meio ao choro das mães.


Registro vozes diversas…

De quem são? Ouço gemidos,

É a multidão dos vencidos

Que mal conhece onde vai…

Junto a um posto de assistência,

Formando enorme fileira…

Aguarda-se a noite inteira,

O raro apoio que sai…


O progresso exalta o mundo…

E no porão da grandeza,

Há pranto, angústia, tristeza,

Embates de chaga e dor!…

Só Jesus, vencendo as sombras,

Ergue a luz da Caridade,

Conduzindo a Humanidade

Para a vitória do Amor.




Essa mensagem foi publicada também em 1988 pela editora Fonte Viva e é a 15ª lição da 2ª parte do livro “”



Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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