Estrelas no Chão

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Capítulo XXVIII

Porta de médium

Sabemos, além da Morte,

Que o Plano de Amor e Luz

Vive hoje aberto aos homens

Para a união com Jesus.

Até eu, que pouco entendo

De paz, amor e serviço,

Já sou cabra lecionado,

Consciente quanto a isso.


Fui prestar cooperação,

No socorro à nossa gente,

Trabalhando, junto à porta

De pobre médium doente,

A fim de lembrar o Cristo

A quem me surgisse à frente.


Vi muitos grupos chegando

Tanto em carros, quanto a pé,

Então anotei o assunto

Grave e difícil como é…

Ninguém buscava Jesus,

Nem queria a luz da fé.


Eu falava em Vida Nova,

Tentando a telepatia,

Exaltando o amor de Deus,

De Jesus e de Maria;

Na porta, gente e mais gente,

No entanto, ninguém me ouvia…


Parecia um pandemônio

O povo desesperado,

Ninguém pensava no médium,

Que se mantinha acamado;

Cada pessoa na porta

Era um problema de lado.


Agora, vinha uma dama

Chorando um homem fugido,

Logo após, vinha uma esposa,

Queixando-se do marido;

Em seguida, o esposo veio

A declarar-se ofendido.


Um homem chegou, às pressas,

Exigindo uma sessão

Para livrar-se da sogra

Que o punha na contramão…

A mulher era só dele

Com razão ou sem razão.


Um rapaz apareceu,

Falando em ódio e vingança…

Queria agir contra o pai

Com medidas sem tardança,

Destacando, indignado,

Os seus direitos de herança.


Sem a presença do médium,

Que se via adoentado,

Fez-se logo um bafafá,

Com duro palavreado;

E o sururu só se foi

Ante o boné de um soldado.


Quando o dia terminou,

Mergulhei na indagação:

Estamos certos de unir

Jesus e o povo brigão?

Só sei que, em porta de médium,

Servir, não quero mais, não.




Leandro Gomes de Barros
Francisco Cândido Xavier


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