Excursão de Paz

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Capítulo III

Nossa reunião


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— De que modo iniciar o culto da assistência? — alguém nos perguntou.

— Com os recursos que se nos façam possíveis e onde estivermos, — respondemos nós.

Aliás, é justo assinalar que a presente reunião oferece clima ideal para o começo de semelhante realização. Aqui se encontram muitos companheiros, conhecidos e desconhecidos, de uns para com os outros.

Esse perdeu um ente amado e aguarda um clarão de fé para a noite da saudade que lhe obscurece os pensamentos; aquele, entre as paredes domésticas, possui um irmão doente para quem deseja apoio espiritual; outro carrega consigo pesada inquietação de que anseia desvencilhar-se; e ainda outro experimenta o frio da descrença, pedindo, em silêncio, essa ou aquela réstia de esperança na 5ida Espiritual.

É possível, ainda, que no contexto de nossa composição estejam amigos desconsolados e tristes por não encontrarem soluções prontas destinadas aos problemas de que são portadores.

Iniciemos o nosso aprendizado de beneficência aqui mesmo.

Relevemos, sem qualquer tisna de mágoa, a atitude de alguém que, por enquanto, não nos consiga observar com simpatia; esqueçamos o gesto de intemperança mental que, talvez, tenhamos anotado nessa ou naquela pessoa; estendamos, pelo menos, ligeira prestação de serviço ao enfermo que, acaso, se veja, ao nosso lado, requisitando atenção; e ofereçamos um sorriso espontâneo de compreensão e acolhimento a quantos nos compartilhem do ambiente, encorajando o cultivo da solidariedade e do entendimento.

Uma reunião de paz e fraternidade não é um agrupamento estanque, no qual alguns companheiros ensinem e outros amigos apenas escutem. É um encontro de elevada significação, de cujas tarefas todos podemos e devemos participar, cooperando em favor do bem geral, através da maneira que se nos faça mais acessível.

Um encontro, qual o nosso, em que permutamos experiências e ensinamentos, não é tão somente um ensejo de orar e beneficiar-nos, mas também expressa em si e por si, valiosa oportunidade para que todo participante da equipe possa aprender e pacificar-se, compreender e servir.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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