Capítulo III

Do Céu à Terra


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Junto às Portas Celestiais assomam almas da Terra todos os dias. Sublimadas na abnegação e na dor, assemelham-se a anjos nascituros que o flagelo da retaguarda deixou sem nome…

Agora, as cruzes do trabalho destacam-se-lhes dos ombros, à feição de asas alvíssimas, com que aspiram aos supremos voos no rumo da Eternidade…

Enlevadas, auscultam constelações distantes, lares suspensos da Criação que lhes sugerem, enfim, a ventura perfeita, e ouvem, extáticas, a música das Esferas, convidando-as à luz da divina ascensão…

Todavia, na fronteira de sol, gritos de expiação alcançam-lhes o seio… Partem da Terra escura em que a noite domina. Traduzem desespero, agonia e aflição… Trazem pragas atrozes, notas de tempestade e soluços pungentes…

São lágrimas e anseios daqueles que ficaram no abismo da saudade, entre a grade da treva e o martírio da prova… São filhos que padecem, amigos que pranteiam, companheiros em sombra e amores sob algemas…

É então que os redimidos quase sempre despertam para Cristo Imortal e, ao invés da subida ao fulgor das estrelas, volvem à matéria obscura, retomam-na, apressados, sofrendo o berço pobre em chagas de amargura, acendendo, de novo, o lume da alegria, onde a angústia corveja, ensinando a bondade em silêncio e renúncia, indicando o caminho ao resplendor da Altura e morrendo em louvor da Bondade Sublime, aprendendo, com Cristo, que a virtude do amor é cessar todo ódio e que a graça do Céu é converter o inferno de procedência humana em templo redentor de trabalho e esperança para o Reino de Deus.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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