Fé e Vida

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Capítulo XXVI

Perseverança e amor


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Escuta, alma querida,

Se buscas cooperar na construção do bem,

Plantando a caridade e a compreensão na vida,

Não te prendas ao fel, à revolta, ao pesar,

Não deixes de servir, nem fujas de esperar.


Na sombra mais espessa,

Ou quando o dia tombe e na estrada anoiteça,

Surjam espinheirais, caia granizo em monte,

Alça o próprio ideal por luz acesa

E prossegue servindo, ante a clara certeza

De que o Sol voltará, de horizonte a horizonte.


Em tudo o que se apura e se alteia de nível,

Onde a Fé predomine e o progresso resplenda,

Perseverança em paz é a sublime legenda

Do amor que, frente ao bem, desconhece o impossível…


A própria Natureza é um livro sempre aberto,

Tudo o que serve e ampara louva a disciplina;

Do firmamento ao chão, da cidade ao deserto,

Persistir para ser é a mensagem divina.


Insistindo na luz, constelações remotas

Criam vida e calor nos espaços profundos,

Cada império estelar atende às próprias rotas

E alenta no Universo a harmonia dos mundos…


A dura solidão a rocha se sujeita,

Por milênios guardando o vale em derredor,

E o vale mostra em si a humildade perfeita

Em que o solo produz para a Vida Melhor.


A fonte encontra a lama e prossegue por norma

Purificando a lama, a servir e a cantar,

E, mantendo-se fonte, aos poucos se transforma

Em riqueza do rio e sustento do mar.


Podado na pressão da lâmina severa,

O tronco silencia aos golpes agressores

E quando o campo espalha os sons da primavera,

Ei-lo forte e feliz, a cobrir-se de flores!…


Segue, pois, dia a dia, passo a passo,

Sublimando a tarefa que te exprime,

Nada te turve a fé, nada te desanime

O ideal da ascensão, sem lamento ou cansaço…


E servindo, recorda, alma querida e boa,

Tudo quanto se eleva e aperfeiçoa,

Das trevas abismais aos sóis do Mais-Além.

Deus, o Divino Amor, na Luz da Grande Espera,

Ama, nutre, constrói, renova, persevera

E trabalha também.




(Centro Espírita Perseverança, rua Bruna, 28-c, vila Santa Clara, São Paulo (SP), 15 de outubro de 1973)



Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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