Trilha de Luz

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Capítulo VII

Lábios


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“Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. — JESUS (Mt 15:8).


Com os lábios, beijam as mães da Terra as flores sublimes da vida, cooperando nas obras divinas do Eterno, mas com os lábios obedeceu Judas às vozes inferiores, entregando o Senhor com um beijo de ingratidão.

Com os lábios, os apóstolos do trabalho fazem o verbo criador nos serviços nobres do planeta; todavia, igualmente com eles, os mentirosos e os perversos espalham a maldade no mundo.

Das potências do corpo são os lábios das mais delicadas e importantes. Portas da língua, que pode salvar e arruinar, edificar e destruir, não devem permanecer distantes de sentinelas da disciplina.

A palavra do homem é criação sua, que lhe testificará a vida. O beijo da criatura é laço que determinará sua união com o bem ou com o mal.

Os lábios dão passagem ao verbo e transmitem o beijo.

Quantos sofrimentos se espalham na Terra, através da palavra leviana ou fingida e do ósculo criminoso ou insincero? Entretanto a maioria dos homens persiste em desconhecer o papel dos lábios na própria existência.

Se procuras, porém, a união com o Senhor, repara o que dizes e como dizes, observa os afetos a que te unes e a maneira pela qual estimas a alguém.

O grande problema não reside em falares tudo o que pensas, nem no apego às situações com todas as tuas forças, mas em falares e amares, pondo nos lábios a sinceridade construtiva do amor cristão.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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