Gabriel
Versão para cópia“O tempo ficou inalterável em meu coração”
Querida mãezinha Irene e meu querido papai Gabriel. Antes de tudo, peço para que me abençoem na fé viva em Deus.
O tempo consome as estruturas da Terra e remodela todos os conceitos em que se vive por aí, no entanto, sou o mesmo filho que se reconhece feliz ao avaliar toda a extensão da dívida de amor a que me empenho.
Dívida de filho — conta imperecível, porque nessa bendita ligação em que o Divino Poder nos reúne, o reconhecimento filial deve resgatar os débitos de amor para com os pais, todos os dias. Entretanto, não me refiro a isso como quem assinala uma obrigação imposta pela vida e sim compreendo nessa atitude uma alegria que se agiganta, cada vez mais na medida em que nos conscientizamos da devoção dos pais para conosco.
Trinta anos nos sinais do relógio terrestre. Serão trinta dias ou trinta minutos na imortalidade?
Não posso definir, de vez que, ao encontrá-los ou reencontrá-los, o tempo ficou inalterável em meu coração. Estamos unidos, na mesma caminhada de esperança e trabalho.
A certeza disso é tudo agora para mim. Por mais estude ou venha a perquirir os problemas da Vida e do Universo, a felicidade para mim reside entre as paredes junto às quais sonhamos com Jesus e esperamos por Ele em nosso íntimo, embora reconhecendo que o Senhor não está ausente e sim à porta de nossas próprias almas, aguardando unicamente a nossa resolução de destrancar o interior para que se detenha a morar conosco.
Não suponham assim, pudesse me afastar por esse ou aquele motivo. Não existem razões que justifiquem o afastamento daqueles que amam, de vez que todos os corações que amam jamais se despedem.
Mãezinha, agradeço o seu esforço às vezes terrível, para superar os sintomas da angústia que a saudade lhe impõe ao carinho maternal. Sei que por vezes você se levanta do leito como quem rompe uma fronteira de aço, a fim de abraçar os deveres de cada dia, no entanto, creio que o mérito reside mais no sacrifício com que o amor se oferta que, no brilho fácil que na maioria das circunstâncias, lhe emoldura as manifestações.
Erga-se, mãezinha, e acompanhe o papai nas peregrinações do dever de servir. A senhora nunca perderá por isso. E creia que honrará sempre e cada vez mais a seu filho cujo valor é unicamente o de haver nascido entre os dois, de modo a aprender o respeito e o devotamento a Deus.
Em suas reflexões, nunca suponha que pudesse haver exigido excessivamente de mim, isso não aconteceu. Não fosse a sua afetuosa vigilância, e decerto haveria caído em problemas e enigmas de natureza insolúvel.
Louvarei sempre a sua bondade e a sua assistência que me seguiram com a santa preocupação dos anjos. E não se aflija se a vovó Anna e as queridas tias ainda não consigam aceitar as ideias da sobrevivência, depois de gastarmos a nossa vestimenta física na Terra. Isso não diminuirá nosso carinho e a nossa gratidão a esses corações queridos da família, aos quais devemos tanto.
Lembro-me de todos, e peço especialmente o apoio do Mais Alto em favor da tia Adelaide que por vezes se sente mais deprimida ante as lutas que, na Terra, todos somos chamados a enfrentar.
Continuemos na oficina de nosso próprio burilamento. Qualquer obstáculo é uma espécie de esmeril podando arestas que, por ventura, ainda tenhamos no próprio modo de ser.
Quanto puder, mãezinha, trabalhe naquele abençoado serviço extra em favor dos hóspedes de Jesus nas obras de assistência.
Quanto a seu filho, prossigo, além da felicidade de estarmos juntos na mesma faixa de experiência e esperança, nas atividades que me levam à busca de meios para favorecer a expansão do conhecimento superior entre as criaturas irmãs.
Com o nosso querido professor Gustavo Marcondes e com o nosso irmão Servílio Marrone, a continuidade de meus pequeninos esforços procura novas frentes.
E não somente nós, os companheiros espíritas-cristãos de ontem nos agregamos na escola da renovação espiritual, mas outros amigos de Campinas integram conosco a turma do empenho máximo na assimilação dos ensinamentos de Jesus.
Entre nós, temos os testemunhos e a colaboração do médico João Guilherme Costa Aguiar, do amigo Pedro de Sant’Anna Gomes, do irmão Vitoriano dos Anjos Figueirôa, do benfeitor Francisco Guimarães, que se nos associam ao trabalho de redescobrir as realidades do Espírito a fim de remodelarmos no mundo a nossa lavoura de paz e de esperança.
Deus abençoe os nossos amigos que no “Allan Kardec” e em outros setores se consagram à edificação do Mundo Melhor. Mas não desejo enveredar pelo matagal da filosofia e perder este momento sublime de ternura e gratidão, junto aos pais queridos a quem a Divina Providência me entregou, há quase trinta anos.
Mãezinha, amo-a cada vez mais, nos seus sofrimentos e alegrias, nas suas dúvidas e certezas, nos seus pensamentos e nas suas lágrimas, nas suas inquietações e nas suas renúncias e peço ao papai Gabriel me receba as mais íntimas demonstrações de carinho e reconhecimento.
Revejo-me em nossa casa, estudando e refletindo, e beijo-lhes as mãos queridas por me haverem conservado indene de contatos infelizes com o desequilíbrio e com a leviandade.
Não sei exprimir toda a emotividade que me possui as fibras mais íntimas, sei tão somente que ambos continuam sendo o maior amor de minhalma, porque nós três nos dedicamos com a mesma intensidade ao amor por Jesus.
Queria trazer-lhes um punhado de estrelas ao invés de palavras, estrelas que lhes patenteassem todo o meu reconhecimento e todo o meu carinho, entretanto, nada tenho de mim senão o afeto que lhes pertence e que significa em meu espírito um tesouro que me conserva no respeito ao Criador.
De coração voltado à prece, rogo a Jesus os mantenha sempre e cada vez mais felizes, entregando-lhes nestas páginas de sentimento e devoção todo o respeitoso amor do filho que lhes deve paz e felicidade, compreensão e vida, sempre mais.
Muitos beijos do filho reconhecido, sempre mais o filho do coração,
Desapego.
Certa vez, — diz-nos Sr. Gabriel — comentando a decisão tomada por duas tias, além da própria mãe, herdeiras de um apartamento na cidade de Santos, Estado de São Paulo, deixado pelo seu avô Antônio Casemiro Navarro, de que o dito apartamento, ao término do inventário, seria transferido em nome dos filhos dos três casais, ouvimos com certa surpresa Gabrielzinho nos dizer:
— A minha parte pode ficar com a Ana Maria (uma priminha a quem muito prezava), já que ela não tem nada e precisa mais do que eu.
Tentamos persuadi-lo de que não era correto se desfazer da única lembrança deixada pelo avô, mesmo porque sua prima, também, já era uma das beneficiadas.
Ele permaneceu com seu ponto de vista e nos esclareceu, ainda: que não nos apegássemos tanto aos bens materiais, pois para ele — Gabrielzinho — pouca valia representavam.
Lembretes em recortes.
Sobre sua mesa de trabalho, dois recortes, em negrito, contêm pensamentos filosóficos como uma chama a nortear o procedimento cristão:
“O homem é visivelmente feito para pensar. E toda a sua dignidade, e todo o seu mérito, e todo o seu dever consiste em pensar corretamente.
Pascal”
“Somente o sábio é capaz de amizade. Como pode amar quem confunde o mal com o bem?
Epicteto”
Conclusão sobre a Verdade.
Num caderno escolar de Inglês, datado de 1969, quando Gabrielzinho cursava o 2º ano Clássico, encontram-se diversas páginas contendo conceitos filosóficos sobre a Verdade, dos quais destacamos os seguintes:
“Com certeza chegaríamos a atingir um bom conceito sobre a verdade, se pudéssemos reunir em um só, os pensamentos dos três maiores filósofos da antiguidade que foram: Sócrates, Platão e Aristóteles. Isto porque os três grandes filósofos se completam, ao mesmo tempo em que um auxilia e completa o pensamento do outro, através das influências recebidas.
Embora tenha havido algumas divergências em diversos pontos de seu raciocínio lógico (mais acentuadamente entre Platão e Aristóteles), seus ideais permanecem os mesmos — atingir a perfeição através do conhecimento, da justiça e da verdade.”
“São Tomás de Aquino coloca o problema da verdade sob o prisma da fé em Deus e da razão. Pois dizia ele que para atingirmos a verdade, deveremos usar a razão, sem no entanto atingirmos por enquanto a verdade suprema. Nada está no intelecto sem que antes tenha passado pelos sentidos.”
“O instinto pode, é claro, nos ajudar uma ou outra vez em determinados e específicos casos, mas não em tudo. Devemos ter sempre em mente que o instinto é animal, enquanto que a razão é espiritual. 25-09-1969.”
Outros apontamentos de Gabrielzinho registram bases cristãs a serem lembradas:
“A vida é uma necessidade natural, através da qual atingiremos a felicidade pelo progresso e evolução.
A morte é uma continuação dessa felicidade, porém, em condição mais superior, relativa à consciência de cada indivíduo. 18-03-1969.”
1 — “Em suas reflexões, nunca suponha que pudesse haver exigido excessivamente de mim, isso não aconteceu. / Não fosse a sua afetuosa vigilância, e decerto haveria caído em problemas e enigmas de natureza insolúvel. / (…) Revejo-me em nossa casa, estudando e refletindo, e beijo-lhes as mãos queridas por me haverem conservado indene de contatos infelizes com o desequilíbrio e com a leviandade.” — Em quase todas as mensagens, Gabrielzinho procura reafirmar que não houve superproteção por parte de sua mãezinha, e que a vida de um filósofo reencarnado não poderia ser diferente da que ele experienciou pelo curto espaço de apenas cinco lustros.
Por que tanta ênfase dada ao assunto? Possivelmente, para que os pais não se angustiem demasiado com o modo mais correto de criar os filhos, lembrando-se de que precisamos tão somente erradicar de dentro de nós o ódio que tenhamos recalcado contra nossos próprios pais, durante a nossa infância e adolescência ou em existências passadas.
Erradicar o ódio, a fim de que possamos entrar no clima do Cristo — o clima do Amor puro —, na certeza de que Pai perfeito só existe um — Deus.
2 — “E não se aflija se a vovó Anna e as queridas tias ainda não consigam aceitar as ideias da sobrevivência, depois de gastarmos a nossa vestimenta física na Terra.” — Trata-se de D. Anna Gualda Casemiro, avó materna, residente em São Paulo, Capital, à Rua Wanderley, nº 111.
3 — Tia Adelaide: Adelaide Casemiro, tia pelo lado materno, residente em São Paulo (Rua Wanderley, nº 111).
4 — “Com o nosso querido professor Gustavo Marcondes e com o nosso irmão Servílio Marrone, a continuidade de meus pequeninos esforços procura novas frentes.” — Antes de remeter o leitor ao , acima, vejamos mais alguns dados sobre esses dois grandes seareiros do Espiritismo em terras paulistas.
a) Gustavo Zanardine Marcondes: Educador por vocação, professor do ensino particular e profissional. Fundou várias instituições em favor dos mais necessitados, dentre outras, em Ribeirão Preto, Estado de São Paulo por volta de 1928/1929, as seguintes: a Escola e Biblioteca dos Pobres; a Associação dos Moços Espíritas, em 1931. Integrou a União Espírita e o Centro Espírita “Eurípedes Barsanulpho.”
Transferido para Campinas, pelo Banco do Brasil S.A., de que era funcionário, desde 1923, permaneceu naquela cidade desde sua vinda — 1934 —, até a desencarnação, em 1968. Viera transferido de Franca — SP onde também deixou sua marca idealizadora na Casa de Saúde Allan Kardec e no Centro Espírita Esperança e Fé.
Na terra de Carlos Gomes, fundou o Instituto Popular Humberto de Campos, sempre com o objetivo voltado aos irmãos mais carentes, permitindo aos alunos que frequentassem os diversos cursos educacionais.
Em setembro de 1938, com a colaboração de outros companheiros, fundou o Centro Espírita Allan Kardec:
Após árdua luta, em 1950, inaugurou o prédio próprio para o Centro e o Instituto, à Rua Irmã Serafina, nº 674.
A este novo prédio, outros departamentos foram anexados, todos eles objetivando o bem-estar de seus semelhantes.
Um trabalho idealizado e orientado com amor e fraternidade cristã, sendo Marcondes seu sustentáculo, a sua alma e sua razão de ser.
b) Servílio Marrone: Ministrava aulas de Evangelho aos jovens da Mocidade Espírita Allan Kardec, e se dedicava ao trabalho de passes, nas casas das pessoas enfermas.
Em 18 de janeiro de 1960, um lustro após a sua desencarnação, transmitiu expressiva mensagem doutrinária, através do médium Chico Xavier, concitando os caravaneiros de Campinas a permanecerem em constante trabalho de renovação espiritual, humildade e renúncia em prol dos irmãos em provações maiores que as nossas.
5 — “Entre nós, temos os testemunhos e a colaboração do médico João Guilherme Costa Aguiar, do amigo Pedro de Sant’Anna Gomes, do irmão Vitoriano dos Anjos Figueirôa, do benfeitor Francisco Guimarães, que se nos associam ao trabalho de redescobrir as realidades do espírito a fim de remodelarmos no mundo a nossa lavoura de paz e de esperança.”
a) Dr. João Guilherme Costa Aguiar: Da História da Cidade de Campinas, de Jolumá Brito, págs. 17-24, respiguemos alguns dados sobre o Dr. Costa Aguiar:
“Nascido a 11 de junho de 1856, na cidade de Itu, do legítimo consórcio do Major Luiz Antônio da Costa Aguiar e de D. Úrsula Ferraz de Camargo.”
Concluiu o Curso de Medicina, com apenas 22 anos de idade, em 1878.
“Sua ilustração, naturalmente, influiu e muito no espírito do futuro médico ituano, que se tornou homem de muito saber, excessivamente modesto e caritativo, prestando os mais assinalados serviços à pobreza, tornando-se um dos diretores do Hospital Municipal estabelecido em Campinas, alguns anos depois, no edifício do Circoli Italiani Uniti, onde foram recolhidas pessoas atacadas do terrível mal (febre amarela), conforme temos conhecido. (…) Afinal, apesar de todos os recursos de que seus companheiros lançaram mãos, falecia o Dr. João Guilherme Costa Aguiar, às 10 horas da manhã de 19 de maio de 1889, na fazenda do sogro. (…) Na legião dos batalhadores da ciência que nesse campo da morte se cobrira de louros, foi o Dr. Costa Aguiar um dos mais bravos beneméritos combatentes e o primeiro que pagou com a vida a sua imensa abnegação e o sagrado culto ao altruísmo. (…) Foi um desses homens que vão desde o berço até o túmulo — sem levar um estigma, sem merecer o ódio de um ser qualquer e cujo ideal consiste em fazer o bem, a todo transe, o bem a quantos dele necessitavam.”
Finalmente, informa-nos que a 1º de julho de 1889, a Câmara Municipal de Campinas determinou que se desse à antiga Rua da Constituição o nome de Rua Dr. Costa Aguiar.
b) José Pedro de Sant’Anna Gomes: Também conhecido por Juca Músico, nasceu e desencarnou em Campinas, respectivamente, a 1º de agosto de 1834 e 4 de abril de 1908.
Filho de Manoel José Gomes — Maneco Músico e de D. Maria Jaguari Cardoso, foi criado por Francisca Leite Moraes, senhora amável e compreensiva com quem Maneco se casara, logo após sua viuvez. Era o irmão mais querido de Carlos Gomes, que viria a se tornar famoso em todo o mundo.
Vocacionado para a arte, Juca Músico, desde criança, integrou-se na profissão, auxiliando o pai no magistério e na banda por ele formada, a primeira que existiu em Campinas.
Tocava clarineta e, posteriormente, tornou-se exímio violinista.
Foi notável maestro, compositor, a quem Campinas muito deve.
Fundou orquestras e bandas, dentre elas, em 1864, a “Banda Musical de Amadores Filorfênicos”; lecionou a inúmeros discípulos, encarregando-se de serviços religiosos e profanos, compondo e, sobretudo, dirigindo a parte musical dos espetáculos realizados no antigo Teatro São Carlos, em grandes temporadas líricas, de zarzuelas, revistas e operetas.
Escreveu inúmeras peças de inspiradas melodias, destacando-se as seguintes: “Lamento dos Órfãos” composta durante uma das epidemias de febre amarela em Campinas; “Berceuse”; “Saudade” e “Ave Maria Stella”, esta última cantada nas cerimônias inaugurais da Matriz nova (Catedral).
Autor, ainda, de duas óperas: “Alda” — sobre motivos ciganos, em 4 atos, libreto de Emílio Duccati. O libreto foi enviado ara a Itália por seu irmão Antônio Carlos Gomes. Não chegou a subir à cena; “Semira” também com libreto de Emílio Duccati, ficou inacabada.
“Pastoral” tem o prelúdio de José Pedro Sant’Anna Gomes. Os três outros episódios — 1º Anunciação 2º A Visitação; 3º Natal — foram compostos, respectivamente, por Henrique Oswald; Francisco Braga e Alberto Nepomuceno.
É baseada na peça Pastoral, de Coelho Neto, e foi levada à cena, em 25 de dezembro de 1903, no Teatro São Carlos, de Campinas.
Participou de vários concertos, em Campinas e em São Paulo.
Vivamente aclamado pelo virtuosismo de suas execuções, foi verdadeiro mestre do violino para o qual a música não tinha segredos, destacando-se como sendo uma das maiores personalidades artísticas que a cidade possuiu.
Foi, ainda, Juiz de Paz na 5ila de Campinas. Deixou precioso acervo de serviços prestados à causa da arte musical, que cultivou com o mais acentuado amor e entusiasmo.
c) Vitoriano dos Anjos Figueirôa: Apesar de existirem divergências quanto à idade do artista, sabe-se que Vitoriano veio ao mundo, em 1765, na Bahia, desencarnando em Campinas, a 30 de julho de 1871, na mais completa miséria.
Conforme documentos da época, D. Júlia dizia, em 1883, por ocasião de ser inaugurada a Igreja (Matriz Nova, hoje Catedral de Campinas):
“Nunca me extasiei pela arquitetura da Matriz, que o meu acanhado espírito não define; mas tenho refletido seriamente em frente ao caprichoso lavor de seus altares, desses festões de flores trabalhados com mimoso desvelo e elevada arte. Vitoriano foi o primeiro entalhador, o grande fantasista, o hábil recortador daqueles rendilhados, tronos, um poeta na escultura, um lírico sonhador de imaginação fugaz.”
Finalmente, eis o que nos informa Jolumá Brito: “O artista que talhou todo o altar-mor — desde o risco até seu final — tem seu nome perpetuado numa rua da cidade, dada pelo edital de 30 de maio de 1923, antiga rua Casteli.”
d) Antônio Francisco Guimarães: De origem portuguesa, natural de Guimarães, depois de morar durante alguns anos na Bahia, transferiu sua residência para Campinas, onde desencarnou, a 16 de julho de 1873.
Benfeitor de Vitoriano dos Anjos Figueirôa, que mandara vir, por sua conta, da Bahia, incluindo seus três ajudantes para os serviços das obras de entalhe, que constituem o maior lavor que poderia sonhar o Espírito de um homem de sua condição humilde.
Fundou, em 1847, a Irmandade do S.S. Sacramento do Rosário, fazendo-lhe vultosas doações, inclusive a oferta de um sino, que até hoje conserva o apelido de “Bahia”, figurando no belíssimo templo, hoje Catedral de Campinas.
No documento de doação, Francisco Guimarães estipula condições de quando deverá “tocar”, “dobrar” ou “repicar”.
Sinceramente embebido na crença ardente e convicta do Catolicismo, praticou muitos e notáveis atos a bem da religião e do culto.
Era o “Bahia” um coração aberto à beneficência, e de bondade inata.
Brasileiro adotivo, foi-lhe conferido o posto de Capitão da Guarda Nacional, exercendo o cargo de Delegado de Polícia, em 1850.
Mereceu, depois, ser contemplado com as honras de Comendador.
Rogando a Jesus as bênçãos para o Espírito de Gabrielzinho pela expressiva página que transmitiu, através do médium Xavier, na noite de 17 de novembro de 1978, e que tivemos o prazer de analisar, aguardemos que ele — Gabrielzinho —, dentro em breve, nos traga novas páginas de luz da Filosofia Espírita, para alegria de todos nós, os seus admiradores do Plano Físico.
TRECHO DE ARTIGO ESCRITO POR GABRIEL QUANDO ENCARNADO
“Quando passares por todas as provações e sofrimentos com resignação, fé e amor, lembra-te de que tudo é passageiro e transitório neste mundo de provas e expiações em que vivemos.
Quando, finalmente, tiveres superado todos os obstáculos que julgavas impossível de serem superados, levanta teus olhos para o Alto e dize simples e humildemente:
Meu Deus, eu vos agradeço por ter reencarnado e passado por tudo aquilo que serviu para que meu espírito fosse mais burilado das imperfeições e erros que eu próprio cometi, em prejuízo de meus semelhantes e de mim mesmo. Meu Deus, eu vos agradeço porque consegui vencer e subir um degrau a mais da escada que me conduzirá, algum dia, junto a vós e à Perfeição Suprema.” (Gabriel Casemiro Espejo, “Conselhos para a Vida”, Alavanca, Campinas, Ano 16, Setembro/1972, Nº 162).
Notícias mais detalhadas sobre José Pedro de Sant’Anna Gomes, o leitor encontrará nos Capítulos 5 e XIII da obra Retalhos da Velha Campinas, de Geraldo Sesso Junior.
Jolumá Brito, História da Cidade de Campinas, pp. 171-172.
Ibidem, pp. 158-167.
Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 5.
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