Gotas de Luz

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Capítulo XXIV

Ilações


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Inicia o teu trabalho,

Rendendo-lhe santo apreço.

Não há fim vitorioso

Onde não há bom começo.


Quem te leva à tempestade

Inclina-te ao desabrigo.

Quem te afasta do perdão

Não pode ser teu amigo.


O pobre rixoso e mau,

Soberbo, rude e violento,

É muito pior que o rico

Que se fez duro e avarento.


Quem constrói, quem cose e lava,

Quem ara, quem planta e fia

Estende os clarões do Céu

No campo de cada dia.


Eleva-te, pouco a pouco,

Para o cimo da montanha.

Muita vez, quem mais abarca

É aquele que menos ganha.


Conta bastante contigo.

Certas graças e favores

Começam com riso e festa

E acabam em grandes dores.


Não teimes ante a bondade.

Serve, ampara e renuncia…

A cabeça muito dura

Quase sempre está vazia.


Não te aflijas. Sobre a Terra

Onde tudo surge e passa,

Não há gozo sem limite,

Nem há sombra sem fumaça.


Nos pareceres dos outros

Nem sempre há muita valia.

Há sarcasmo que te exalta

E há louvor que te injuria.




Casimiro Cunha
Francisco Cândido Xavier


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