Gotas de Luz
Versão para cópiaNo santuário interior
Meu Senhor, Pai de Bondade, De luz e de Amor sem fim, Não me abandones à treva Que trago dentro de mim. Não me deixes repousar No leito em flor da ilusão, Dá-me a bênção luminosa De tua repreensão. De espírito encarcerado Nos débitos que inventei, Tenho sede do equilíbrio Que nasce de tua lei. Controla-me a aspiração De ganhar e possuir, Sou teimoso e invigilante, Ensina-me a discernir. Entrecruzam-se, em meu peito, Divergências, dissensões… Não me relegues ao jugo De minhas imperfeições. A chaga alheia, Senhor, Sei curar, lenir ou ver, Mas sou tardo de visão Na esfera de meu dever. Sou ágil no bom conselho Ao coração sofredor; Todavia, surdo e cego, Nas dias de minha dor. Nas orações, quase sempre, Sou cópia dos fariseus, Sentindo-me, presunçoso, Dileto entre os filhos teus. Não escutes, Pai Bondoso, Os rogos e brados mil Da ignorância que eu trago, Vaidosa, bulhenta, hostil… Não satisfaças, no mundo, O orgulho atrevido e vão Que me faz triste e abatido Nos tempos de provação. Põe freios duros e fortes Ao meu serviço verbal, Muita boca leviana Tem dado guarida ao mal. Meus sentidos, enganados, Perturbam-me, muita vez. Às emoções desvairadas, Por compaixão, não me dês! Que a tua vontade, enfim, Pronta a prever e prover, Seja em tudo e em toda a vida A minha razão de ser. Meu Senhor, Pai de Bondade, De Luz e de Amor sem fim, Não me abandones à treva Que trago dentro de mim. |
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