Jovens no Além

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Capítulo VI

Sexta mensagem de Wady Abrahão Filho


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Querido pai, querida mãezinha, meus queridos irmãos Wilson e Axima, Jesus nos abençoe.

Festa de aniversário. Lembranças. Flores. Preces. Agradeço por tudo, diante do nosso dia dezesseis, e peço a Deus os recompense. Agradeço, acima de tudo meu pai, as bênçãos que espalharam os meus queridos, com a nossa seara de amor.

Os amigos presentes desculparão se volto a escrever. Não se trata unicamente de nosso caso festivo em família. Estou no caminho da renovação. Caminho de todos. Estou feliz, apoiado pelos corações que a Divina Providência me concedeu. Melhoro aos poucos, porque vou aceitando a obrigação de trabalhar.

Querido pai, agradeço a bondade com que o seu carinho me acolheu a solicitação. Sei que ainda sente, muitas vezes, o desejo de ficar ali, noite inteira, naquelas pedras de nossas últimas lembranças, em nos referindo à separação aparente, mas vejo que a sua lembrança assinala o pedido que fiz e as horas de contato com as relíquias do Brás vão ficando mais curtas.

Mãezinha, beijo as suas mãos. Axima e Wilson, meu abraço a vocês.

Não nos acreditemos numa entrevista espiritual, a pedaços de intercâmbio, como se nos víssemos num filme em série. Estamos em escola diferente, na qual somos alterados para melhor, pouco a pouco. Renovação gradativa, com base na saudade convertida em esperança. Continuemos ativos, na dedicação ao nosso novo modo de ser.

Compreendo que as tarefas da Comunidade e do Colégio sofreram modificações, mas o serviço permanece.

Aqui, a nossa equipe de ligações vai crescendo. De minha parte, vou fazendo quanto posso. Impossível crer em Jesus e não segui-lo, aceitar as lições do Mestre e ficar inerte. Temos um mundo à frente e Ele à frente desse mundo chamando-nos a servir.

Meu pai, não julgue seu filho entusiasmado em excesso. Tenho a cabeça mergulhada nas ideias que vertem do Alto e o coração que o seu carinho e o carinho de minha mãe plasmaram no meu peito. Não descansaremos, papai.

Mãezinha, seguiremos. Wilson e Axima a luta construtiva nos pede continuar.

Mãezinha, nossa Glorinha no Hospital Modelo é mensagem que lhes pude endereçar. Antes que suas mãos a acariciassem, fora levado ali, a convite de nossos familiares. E o Senhor permitiu que a pequenina, à frente da morte, me observasse e reconhecesse, transmitindo minhas notícias. E a bênção de agir com a bênção de Jesus brilha conosco. É preciso trocar o tempo que é dádiva de Deus por algo que fique nos domínios do Bem.

Venho cooperando em auxilio da tia Jacira da tia Jamile, do tio Manoel, do tio Azis e, afinal, os nossos laços do coração não terminam. Hoje, tenho comigo nesta noite o meu avô Abrahão e a tia Clotilde que deixa ao nosso Wilson todo o coração de mãe amorosa e abnegada. E depois de nosso entendimento, peço ao nosso querido Wilson muita serenidade ao tratar com o volante. A máquina não precisa comer chão para chegar ao destino. Wilson, a vida é um tesouro de Deus que nunca se deve arriscar a perder sem motivo justo. As rodas correm por si, desde que o motor as garanta, sem necessidade de acelerar-lhes o movimento.

Evite as competições nas estradas e não atravesse à frente desse ou daquele companheiro de caminho, a não ser quando a frente se descortine, claramente ampla e limpa, convidando ao avanço sem prejuízo. E assim como se prepara o corpo, a fim de que se possa viver no mundo, não use o veículo sem anotar-lhe condição e eficiência. Você sabe que sapatos desnivelados favorecem queda e problema e, de igual modo, pneus em desequilíbrio são riscos graves.

Perdoe, irmão, as palavras que digo. Falo por sua mamãe que é também nossa mãe. Agradeço as lembranças de Sumaré, mas não me creiam fora da obrigação de entregar a Cristo qualquer vantagem que nos venha desse ou daquele campo da vida. Por muito fizéssemos ou por muito façamos nas áreas do bem, tudo que se faça é do Cristo, em nome de Deus.

Temos aqui hoje um amigo que desejava escrever mas não conseguiu recursos emocionais para isso. É um amigo respeitável, que nos solicita transmitir um recado. Meu pai e minha mãe, Wilson e Axima atendam a isso por mim. Trata-se de um grande amigo do bem e da justiça, da cultura e do progresso, que se nos apresenta com o nome de Akl Jorge que deseja exprimir à esposa, nossa irmã senhora Jamile, as suas saudades e agradecimentos.

Ele pede à esposa e às filhas — ouço os nomes de Elza e Marlene — para que se consolem e promete escrever quando estiver mais refeito. Roga à esposa para que se alimente e procure viver. A tristeza dela e dos familiares queridos lhe impõem difíceis preocupações. Pede o apoio de dois corações que nomeia por Adriana e Gito para sustentarem a senhora Jamile no esforço de viver e sobreviver à separação. Diz ele que a esposa é católica, iluminada por imensa bondade repleta de compreensão e fé. Roga a Jesus fortaleça a esposa querida e insiste em que ela pense nele na condição de vivo e não morto e agradece o amor com que o seu ambiente foi conservado.

Papai e mamãe, Axima e Wilson conversem com a senhora Jamile por nós. Ninguém precisa mudar de pensamento religioso para a conquista da paz. Onde estiver o Cristo está Deus. A senhora Jamile será amparada tanto quanto tem sido amparada sempre. Estimaria ser mais claro e preciso; entretanto, sou tão pobre de expressões para mostrar os nossos sentimentos deste lado da vida!

Querida Axima atenda à saúde e esperemos. Você espera a maternidade como quem aguarda a luz de Deus e fico feliz com isso. Cogitemos de criar as melhores condições para recebermos o melhor da Bondade de Deus e a Bondade de Deus nos concederá sempre o melhor.

Envio abraços aos caros companheiros Cláudio, Wellington, Walmir e a todos os nossos que são hoje, tanto quanto ontem, companheiros na construção da vida melhor com o Cristo, sempre nas bênçãos d’Ele, nosso Mestre e Senhor.

As tarefas com a nossa querida irmã Guiomar, no Perseverança, continuam abençoadas pelos nossos Maiores. Trabalhemos no bem dos outros e os outros se farão instrumentos de nosso próprio bem.

Agradeço à nossa irmã Guiomar e a todos os corações queridos da nossa casa de fraternidade e de paz, tudo de bom e belo que realizam por nós.

Querido papai e querida mamãe abençoem-me. Axima e Wilson recebam o meu abraço de gratidão. E apoiando-me no trabalho e na fé viva em nosso querido lar, peço a Deus pela felicidade de todos e rogo aos meus queridos papai e mãezinha, Wilson e Axima, receberem todo o coração do filho e irmão sempre reconhecido,


Wadyzinho

COMENTÁRIOS


Supúnhamos não mais haver revelações a fazer, da parte do Wady, e eis que a psicografia abençoada do Chico nos traz informações desconcertantes.

Debruçado sobre os pais, pela pena do Chico, Wady lhes capta anseios íntimos e serve também de intérprete para a palavra de irmãos desencarnados que ainda não podem comunicar-se.

O episódio envolvendo a mãe de Wady e a pequena Glorinha no Hospital Modelo de São Paulo acompanhado e vivido também pelo Wady no Plano Espiritual, o “puxão de orelhas” que Tia Clotilde mandou o Wady dar no cunhado Wilson e o recado do Sr. Akl Jorge Chakur à esposa presente à reunião, são alguns dos pontos de objetiva identificação que encontramos nesta mensagem.

Pela acentuada riqueza de dados a mencionar, vamos proceder ao recurso da sequência cronológica para do início ao fim da comunicação psicográfica situarmos os leitores nos fatos e detalhes mencionados:

1 — Festa de aniversário — 16 de fevereiro aniversário de nascimento do Wady. Os pais estavam em Uberaba, à semelhança do que fizeram no ano anterior.


2 — Aqui o Wadyzinho agradece ao pai o ter concordado em não mais pernoitar no cemitério, junto de seu túmulo (ver capítulos anteriores).


3 — Relíquias do Brás — Refere-se ao cemitério do Brás, onde foi sepultado. Mais conhecido como Cemitério da 4ª Parada.


4 — “Modificações” — praticamente as tarefas da Comunidade foram esquecidas pelos jovens, desconcertados com a perda do amigo.


5 — “Não julgue seu filho entusiasmado em excesso” — Alusão do Wadyzinho às constantes ponderações do pai, antes de sua morte, no sentido de que estava prejudicando a saúde com o excessivo entusiasmo nas campanhas beneficentes e nas programações da Comunidade Unida a Cristo. Wady tinha preocupação insistente em mostrar aos jovens o caminho da virtude e da retidão, através de Jesus. Buscava esclarecer sobretudo os jovens voltados ao vício e à ociosidade.


6 — Nossa Glorinha — Ao visitar a irmã, internada na Terapia Intensiva do Hospital Modelo, em São Paulo, a mãe de Wady, D. Jandira, travou amizade com uma criança, a Glorinha, ali internada, cumulando-a de mimos. Logo no início desta amizade, D. Jandira mostrou a fotografia do filho morto, dizendo a Glorinha: este é o Wady, seu primo. Na véspera da morte da menina, uma semana antes da psicografia da mensagem ora considerada, Glorinha disse a D. Jandira ter sido visitada pelo primo Wady que a beijou na fronte. Pelo Chico, o Wady confirma este simples episódio de que poucos tinham conhecimento. E o Chico não era um destes poucos…


7 — Tia Jacira — Jacira do Amaral, irmã de D. Jandira.


8 — Tia Jamile e tio Manoel — Jamile Abrahão Braga e seu marido Manoel Braga, residentes na capital paulista. Jamile é irmã do Sr. Wady Abrahão.


9 — Tio Azis — Azis Abrahão, irmão do Sr. Wady, residente em Campinas.


10 — Tia Clotilde — Passagem curiosa. D. Clotilde Eugênia Briguente de Oliveira é a mãe do Wilson, cunhado do Wadyzinho, desencarnada em junho de 1973. Atendendo ao pedido mental que a nora Axima lhe endereçou quanto aos excessos do filho no volante, solicitou ao Wady que lhe puxasse as orelhas em seu nome.


11 — Lembranças de Sumaré — Agradecimento à homenagem prestada pela cidade, denominando Wady Abrahão Filho uma de suas praças.


12 — Akl Jorge Chakur — Comerciante desencarnado na capital paulista, cuja esposa Jamile Sarhat Chakur e filhas Elza Chakur Abduch e Marlene Chakur Vargas Amaral estavam presentes à reunião. (“Ouço os nomes Elza e Marlene”, diz Wady). Muito católicas, daí a observação do Wady de que “ninguém precisa mudar de pensamento religioso para conquistar a paz”.


13 — Adriana e Gito — Gito é o apelido do genro do Sr. Akl — Sr. Jorge Benjamim Abduch, marido de D. Elza. Adriana Chakur Abduch é a filha de Gito, neta do Sr. Akl.


14 — Cláudio — já aparece em mensagens anteriores. Wellington — Wellington Gloedem Soares. Walmir — Walmir Carotnuto. Amigos de escola do Wadyzinho.


Observemos que as citações acima são na mensagem ligadas por expressivos pensamentos do jovem, sobretudo a respeito de sua nova condição de vida, em demonstração de sensível maturidade espiritual, como igualmente ocorre também com os outros três autores espirituais, corajosos porta-vozes do Além…


Caio Ramacciotti


Wadyzinho
Francisco Cândido Xavier


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