Luz no Lar

Versão para cópia
Capítulo XIV

Ternura maternal

I


As paredes da casa em vão procuro,

Quero dizer adeus e não consigo…

Vejo apenas o vulto amargo e amigo

Da morte que me estende o manto escuro.


Choro a estirar-me, trêmulo, inseguro;

O leito ensaia a pedra do jazigo…

Padeço, clamo e indago a sós comigo,

Qual pássaro que tomba contra um muro.


A névoa espessa enreda o corpo langue.

É o terrível crepúsculo do sangue

Que me tinge de sombra os olhos baços;


Mas surge alguém, no caos que me entontece,

É minha mãe, que alonga as mãos em prece,

Doce estrela brilhando nos meus braços!…


II


Ave que torna, em chaga, ao brando ninho,

Ouço divina música na sala,

É a sua voz celeste que me embala,

Motes do lar que tornam de mansinho.


Ergo-me agora… O corpo é o pelourinho

De que me desvencilho por beijá-la…

“Mãe! Minha Mãe!…” — suspiro, erguendo a fala,

A soluçar de júbilo e carinho.


— “Dorme, filho querido! Dorme e sonha!…”

Nossa velha canção terna e risonha

Regressa com beleza indefinida…


Tomo-lhe os braços em que me acrisolo

E durmo novamente no seu colo

Para acordar no berço de outra vida.




Esses sonetos foram publicados em 1962 pela FEB e encontra-se na 26ª lição da 1ª Parte do livro “”



Carlos D. Fernandes
Francisco Cândido Xavier


Acima, está sendo listado apenas o item do capítulo 14.
Para visualizar o capítulo 14 completo, clique no botão abaixo:

Ver 14 Capítulo Completo
Este texto está incorreto?