Mãe Antologia Mediúnica

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Capítulo XXXVI

Minha mãe

Lembro-te, mãe, revendo a nossa casa…

O pequeno jardim, o poço, a horta…

O vento brando que transpunha a porta,

Afagando o fogão de lenha em brasa…


Esfregavas a roupa na bacia…

Eu ficava na rede, aos teus desvelos…

Depois, vinhas beijando-me os cabelos,

A embalar-me, cantando de alegria.


Dorme, dorme, prenda minha,

Dorme agora, meu amor,

És a joia que eu não tinha,

Prenda minha, minha flor!…


Lá no Céu tem três estrelas, prenda minha,

Todas são de prata e luz…

Lá do Céu você me veio, prenda minha,

Por presente de Jesus!…


E lá se foi o tempo, ante as mudanças…

Cresci, fiquei rebelde… Estradas novas…

Entrei no mundo grande, em grandes provas,

Carregando saudades e esperanças…


Hoje, volto a rever-te, mãe querida!…

Quero dizer-te, em minha gratidão,

Que és o amor sempre amor em minha vida,

E a própria vida de meu coração.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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