Mãe Antologia Mediúnica

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Capítulo XLII

Amaral Ornellas

Funcionário público. Nasceu no Rio de Janeiro em 20 de Outubro de 1885 e desencarnou a 5 de Janeiro de 1923. Talento brilhante, deixou dois volumes de Poesia, consagrados pela crítica coeva, além de copiosa literatura teatral e doutrinária.


AVE MARIA

Ave Maria! Senhora

Do Amor que ampara e redime,

Ai do mundo se não fora

A vossa missão sublime!


Cheia de graça e bondade,

É por vós que conhecemos

A eterna revelação

Da vida em seus dons supremos.


O Senhor sempre é convosco,

Mensageira da ternura,

Providência dos que choram

Nas sombras da desventura.


Bendita sois vós, Rainha!

Estrela da Humanidade

Rosa mística da fé,

Lírio puro da humildade!


Entre as mulheres sois vós

A Mãe das mães desvalidas,

Nossa porta de esperança,

E Anjo de nossas vidas!


Bendito o fruto imortal

Da vossa missão de luz,

Desde a paz da Manjedoura,

Às dores, além da Cruz.


Assim seja para sempre,

Oh! Divina Soberana,

Refúgio dos que padecem

Nas dores da luta humana.


Ave Maria! Senhora

Do Amor que ampara e redime,

Ai do mundo se não fora

A vossa missão sublime!


O tempo é o campo eterno em que a vida enxameia

Sabedoria e amor na estrada meritória.

Nele o bem cedo atinge a colheita da glória

E o mal desce ao paul de lama, cinza e areia.


Esquece a mágoa hostil que te oprime e alanceia.

Toda amargura é sombra enfermiça e ilusória…

Trabalha, espera e crê… O serviço é vitória

E cada coração recolhe o que semeia.


Dor e luta na Terra — a Celeste Oficina —

São portas aurorais para a Mansão Divina,

Purifica-te e cresce, amando por vencê-las…


Serve sem perguntar por «onde», «como» e «quando»,

E, nos braços do Tempo, ascenderás cantando

Aos Píncaros da Luz, no País das Estrelas!




Amaral Ornellas
Francisco Cândido Xavier


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