Mãe Antologia Mediúnica
Versão para cópiaMãe sozinha
Dizem “mulher da alegria”, Quando ela passa na rua; A pobre mãe continua, Os olhos fitos no chão!… Quanto fel, quanta agonia Nessa mulher que condenas!… Ninguém lhe conhece as penas Cravadas no coração. Tristeza no desconforto, Sem palavra que a revele, Trapos dourados na pele, Traz a angústia por dever. Viúva de um vivo morto, Ei-la que segue sozinha, Tem ao longe, a pobrezinha, Um filho quase a morrer. Já bateu a tanta porta, Já pediu a tanta gente!… Dói-lhe a ferida pungente De ter sido mãe sem lar; Abatida, semimorta, Apenas vê no caminho A febre e a dor do filhinho Que a morte lhe quer roubar. Tu que cresceste na estrada, Desde o berço de ouro e rendas, Entre mimos e oferendas De paz, segurança e luz, Fita essa mãe desolada, Na penúria que a consome… Talvez que ela tenha fome Ao peso da própria cruz. Não lhe zombes da amargura, Também foi criança, um dia, Brincava, estudava e ria, Rosa ao fulgor da manhã; Também foi bela e foi pura, Hoje, nas mágoas que trilha, Podia ser nossa filha Assim como é nossa irmã. Mãe na dor!… Bendita seja!… Escrava de toda hora, Honra as lágrimas que chora, Nas dores por onde vai!… Sem esposo que a proteja, Sem arrimo, sem tutela, Em Deus que sofre com ela Encontra a Bênção de Pai. |
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