Mãos Marcadas

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Mãos marcadas


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Senhor!

Quando me deres

O privilégio do renascimento

No berçário do mundo,

Ante as necessidades que apresento

E aquelas que não vejo,

Eis, Senhor, o desejo

Em que dia por dia me aprofundo:


Deixa-me renascer em qualquer parte,

Entretanto, que eu possa acompanhar-te

Onde constantemente continuas

Trabalhando e servindo em todas as estradas

Para que eu também tenha as mãos marcadas

Como trazes as tuas…


Quanta ilusão quando me debatia

Crendo que o desespero fosse prece,

A rogar-te alegria e segurança

Sem que eu nada fizesse!

Imitava na Terra o lavrador

A temer pedra e lama, vento e bruma,

Aguardando milagres de colheita

Sem plantar coisa alguma.


Entretanto, Senhor, agora sei

Que o trabalho é divino compromisso,

Estímulo do Céu guiando-nos os passos

E que, atendendo à semelhante lei

Puseste ambas as mãos em nossos braços

Por estrelas de amor e de serviço.


Assim, quando efetues

As esperanças em que me agasalho

E estiver entre os homens, meus irmãos,

Que eu me esqueça em trabalho

E me lembre das mãos…


Não me dês tempo para lastimar-me,

Que eu busque tão somente a luz que me acenas…

No anseio de seguir-te

Quero o trabalho apenas.


Dá que eu seja contigo, onde estiveres,

Uma réstia de paz… Que eu seja alguém

Sem destaque e sem nome

Que se olvide no bem.


E se um dia uma cruz de provas e de agravos

Reclamar-me a tarefa e o coração,

Não me largues ao susto a que me enleie,

Ajuda-me a entregar as próprias mãos aos cravos

Da incompreensão que me rodeie,

Entre bênçãos de fé e preces de perdão!


Não consintas que eu volte ao tempo morto

Da ilusão convertida em desconforto,

Dá-me os calos da paz nas tarefas do bem,

A servir e servir sem perguntar a quem…


Ouve, Celeste Amigo,

Aspiro a estar contigo,

Longe de minhas horas desregradas,

Onde sempre estiveste e sempre continuas

Plantando o amor em todas as estradas,

Para que eu também tenha as mãos marcadas

Como trazes as tuas…



Uberaba, 3 de junho de 1972.



Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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