Marcas do Caminho
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Transformar o coração Em pouso que se descerra Para o serviço na Terra Eis a tarefa, alma irmã!… Haja céu de azul e ouro, Faça aguaceiro violento, Ao sol, à garoa, ao vento, Partamos, cada manhã. Sair de nós, esquecer-nos, Aproveitando os instantes, No socorro aos semelhantes Que clamam em derredor… Pela mensagem da fé, Ouve o Céu a conclamar-te, Pede o mundo, em toda parte, A paz da vida melhor. Encontrarás em caminho, Atados à dor imensa, Os que perderam a crença Em rebeldia ou torpor; De cérebro em luz e treva, Nobres enfermos da vida, Tropeçam de alma ferida, À míngua de paz e amor. Em outros pontos da estrada, Por vezes, de canto a canto, As retaguardas de pranto Fazem apelos sem voz; São mães, aguardando apoio, Sem saberem como e quando, Crianças tristes em bando Que se arrastam junto a nós. Surpreenderás outra mágoa De pesado e estranho porte, Dor dos que viram a morte Roubando a forma de alguém; São prisioneiros da angústia, Quase sempre na agonia De quem roga à pedra fria A luz que brilha no Além. Registrarás, onde estejas, Toda a escala dos gemidos Em companheiros caídos Que julgam chorar em vão E nos irmãos fatigados De ânimo semimorto, Suplicando reconforto, Refúgio e libertação. Sejamos para quem sofre, Entre a sombra e o desalinho, Novo amparo no caminho, Alívio, socorro e luz; Doemos auxílio e bênção, Na Terra insegura e aflita, Nessa tarefa bendita, O companheiro é Jesus. |
(C. E. Casa do Caminho — Juiz de Fora, MG, 08.05.1976)
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