Marcas do Caminho

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Capítulo XXXVI

Fala Brasil


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Desponta o Século Vinte

No berçário da Esperança,

Grita o Céu ao mundo — avança!…

Pede a Vida — renascer!…

O Homem — antigo ouvinte,

Recolhera dos milênios

A safra de nobres gênios,

Dumont, Edison, Pasteur…


Repousara no Oriente

A espada altiva de Togo,

Havia cessado o fogo

Aos ímpetos do Japão;

Rebrilha a Paz renascente…

Com lâminas de atalaia,

Os povos juntos em Haya

Procuram renovação.


No entanto, eis de novo a luta,

No assalto de Serajevo,

Retoma o mundo medievo,

É o ódio empestando o ar…

Guerra! — é o brado que se escuta

E ante esse grito violento,

Sobre cinza e sofrimento,

O Mundo ordena — marchar!…


O dragão prossegue acima,

— Catástrofe que se move —

E o monstro de Trinta e Nove

Ninguém sabe descrever;

Grite o solo de Hiroshima,

Falem as bombas e obuzes,

Urrando em sinistras luzes,

Na terra em brasa a tremer.


Mas, no imenso torvelinho,

O Brasil alto e seguro

É o crédito do futuro,

Apoio renovador…

Ei-lo! — a Nação é caminho

Que sustenta o Bem por regra

E o povo unido se integra

Na segurança do Amor.


Dias torvos vão passando…

Sem que a treva nos degrade,

Sobre o País da Bondade

Fulge o símbolo da cruz!…

As nações clamam em bando:

— “Onde encontrar novo abrigo?

Quem nos salva do perigo?”

Responde o Brasil: “Jesus”.




(C. E. União — São Paulo, Capital, 18.10.1977)



Castro Alves
Francisco Cândido Xavier


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