Maria Dolores

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Capítulo XII

Rendição


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Perdoa-me, Senhor, se estou cansada

De meus sonhos falidos,

Longe de ti, vagando, estrada a estrada,

Nas muitas quedas de meus tempos idos.


Jesus, se posso ainda despenhar-me,

Na treva em que o passado me envolvia,

Que a tua previdência me desarme

Qualquer inclinação à rebeldia.


Se ainda posso afundar-me em desalinho,

Replantando ilusões para frutos amargos,

Não me deixes a sós, nos passos do caminho,

Conserva-me no chão de meus próprios encargos.


Se agindo ou imaginando, estiver a ferir

Nos gestos sem razão de que ainda me valho,

Guarda-me no dever sem meios de fugir

À escravidão bendita do trabalho.


Nas construções verbais a que me entrego

No anseio de encontrar tarefas benfazejas,

Não consintas que eu diga as sombras que carrego,

Induze-me a falar, conforme o que desejas.


Quando vacile ou tente desertar

Da luz bendita com que me renovas

Não me deixes sair de meu justo lugar,

Mesmo à custa de crises e de provas.


Despoja-me, Senhor, da sombra que me enlaça,

A minha teimosia chega ao fim,

Consente-me entender o que queres que eu faça,

Ajuda-me, Senhor, a esquecer-me de mim!…




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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