Maria Dolores

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Capítulo XXVIII

Dom de Deus


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Alguém, um dia,

Perguntou a Michelangelo

Enquanto ele esculpia:


— Senhor, por que razão

Martelar, martelar

Esta pedra indefesa?

Não seria mais justo

Deixá-la em paz

No coração da natureza?


O escultor, entretanto,

Respondeu simplesmente,

Sem alterar a voz:

— Um anjo mora preso

Neste bloco maciço

E tenho o compromisso

De trazê-lo até nós.


E batendo e cortando,

Aresta sobre aresta,

Aparando e brunindo

O mármore que entesta,

Vê, afinal, o instante

Em que ele próprio exulta…


A obra-prima que jazia oculta

Aparece, soberana:

É um anjo que sorri quase que em filigrana,

Uma pedra, por fim que se transforma

Com prodígios de forma,

Em requintes de luz e de beleza humana…


Assim também, alma querida,

Quando a dor te ameace ou te amarfanhe a vida,

Não grites maldições,

Nem fabriques labéus…

A prova é a força que te aperfeiçoa,

A dor nasce de Deus por dom profundo

Que te arranca do mundo

Para brilhar nos Céus.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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