Maria Dolores
Versão para cópiaLema da felicidade
Alma querida, escuta Quando a tribulação te agrave a luta, Flagelando-te o ser Tanto quanto desejas elevar-te, Recorda a Lei de Deus, em toda parte: — Trabalhar e esquecer. Não te agrilhoes a nuvens do passado, Nem te aflijas pensando no porvir, De esperança a brilhar no coração contente, Renova-te e confia alegremente No privilégio de servir. Contempla, dos caminhos em que pousas, No amálgama das vidas e das cousas: Todos os elementos que te apoiam, Do Mundo Conhecido ao Mais Além, Guardam consigo apenas, A fim de que o progresso sobrenade, Aquilo que lhes dê continuidade No trabalho do bem. O astro do dia, a refulgir no tempo, Quanta vez terá visto sobre a Terra, Povos e gerações, servos e reis, Templos e tribunais, ordens e leis, Nas florações da paz ou nas cinzas da guerra!… Observa, porém, que o Sol não fala disso E, ainda hoje e sempre, a resguardar-nos, Permanece em serviço. O chão silencioso não confessa Quanta vez engoliu detritos agressores, Sabemos tão somente que responde, Onde o lixo, às ocultas, se lhe esconde Com braçadas de flores. Fertilizando a vida, A fonte deixa o lodo e tudo olvida, Para ser água, enfim, clara e singela; A argila sofre o fogo que a transforma, Tudo esquece, ganhando nova forma, Em porcelana rendilhada e bela!…. Assim também, alma querida e boa, Não reclames, perdoa, E nem exijas, ama! Se aspiras a encontrar as Alturas do Bem, No anseio por mais luz que te mantém, Auxilia e constrói algo mais que o dever, Porquanto, o lema da felicidade, Sem que a dor nos deprima ou a queda nos degrade, Será sempre servir, trabalhar e esquecer. |
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