Maria Dolores

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Capítulo XXXII

Lema da felicidade


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Alma querida, escuta

Quando a tribulação te agrave a luta,

Flagelando-te o ser

Tanto quanto desejas elevar-te,

Recorda a Lei de Deus, em toda parte:

— Trabalhar e esquecer.


Não te agrilhoes a nuvens do passado,

Nem te aflijas pensando no porvir,

De esperança a brilhar no coração contente,

Renova-te e confia alegremente

No privilégio de servir.


Contempla, dos caminhos em que pousas,

No amálgama das vidas e das cousas:

Todos os elementos que te apoiam,

Do Mundo Conhecido ao Mais Além,

Guardam consigo apenas,

A fim de que o progresso sobrenade,

Aquilo que lhes dê continuidade

No trabalho do bem.


O astro do dia, a refulgir no tempo,

Quanta vez terá visto sobre a Terra,

Povos e gerações, servos e reis,

Templos e tribunais, ordens e leis,

Nas florações da paz ou nas cinzas da guerra!…

Observa, porém, que o Sol não fala disso

E, ainda hoje e sempre, a resguardar-nos,

Permanece em serviço.


O chão silencioso não confessa

Quanta vez engoliu detritos agressores,

Sabemos tão somente que responde,

Onde o lixo, às ocultas, se lhe esconde

Com braçadas de flores.


Fertilizando a vida,

A fonte deixa o lodo e tudo olvida,

Para ser água, enfim, clara e singela;

A argila sofre o fogo que a transforma,

Tudo esquece, ganhando nova forma,

Em porcelana rendilhada e bela!….


Assim também, alma querida e boa,

Não reclames, perdoa,

E nem exijas, ama!

Se aspiras a encontrar as Alturas do Bem,

No anseio por mais luz que te mantém,

Auxilia e constrói algo mais que o dever,

Porquanto, o lema da felicidade,

Sem que a dor nos deprima ou a queda nos degrade,

Será sempre servir, trabalhar e esquecer.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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