Maria Dolores

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Capítulo IV

Mensagem de Mais Alto


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Ao Espírito Sábio que encontrara

Nas Alturas Imensas,

Porque me perguntara

Se vinha para a Terra,

Dei a resposta, afirmativamente,

E indaguei, reverente,

Se ele algo queria que eu fizesse

Algum aviso, alguma prece,

Algum recado salvador…


Mas aquele Celeste Mensageiro

Fitou, ao longe, as paisagens terrenas

Abraçou-me, fraterno e disse apenas:


— Se vais de novo ao mundo,

Dize aos nossos irmãos

Para unirem as mãos

No serviço do bem.

Irmã Dolores, vai! Onde encontres problemas,

Fala em Jesus e nada temas.

Onde escutes a voz que amaldiçoa,

Pronuncia com Cristo a frase que perdoa…

Dize aos nossos irmãos que o ódio tudo atrasa,

Quando nos empenhamos à melhora,

Impondo a nós, em nossa própria casa,

Em formas diferentes,

Pela reencarnação,

Inimigos ousados e doentes,

Aos quais não desculpamos noutras eras…


Recorda aos companheiros ofendidos

Que mais vale chorar, com feridas abertas

Que alardear poder ao pé dos agressores

Que passam sobre a Terra, esmagando os vencidos

Nas estradas incertas,

Se alguém clama que sofre

Não vaciles dizer

Que mais vale aguentar e padecer

Pedrada, provação, calúnia e insulto,

Qualquer espécie de suplício oculto

Que condenar alguém,

Porque a Justiça nasce Mais Além

E tudo acertará, de segundo a segundo,

Sem que ninguém precise

Aumentar no caminho as tristezas do mundo…


Onde encontres o espinho da amargura

Fala em trabalho, a força da esperança,

Que olvida o lodo e fita, além, na Altura,

A presença de Deus no sol que não descansa

E ampara a qualquer um sem deter-se no mal…

Vai, Dolores, e dize a toda angústia humana,

Que a vida, além da morte, brilha soberana,

Sempre justa e sublime, amorosa e imortal.


Nisso, desci à Terra, entre os amigos,

A fim de repetir, repleta de alegria,

Alma irmã, prossigamos, dia a dia,

Pela fé viva e ardente caminhemos,

Procurando servir e compreender

Como simples dever,

Porque nos Páramos Supremos,

Alguém nos vê, alguém nos fala e vela,

Para que a nossa estrada

Venha a ser cada vez mais brilhante e mais bela,

E que, um dia, por fim, a nossa própria dor

Há de se converter em divina alvorada,

Entre a bênção da Paz e a grandeza do Amor.




Maria Dolores
Francisco Cândido Xavier


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