Momentos de Ouro

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Capítulo IX

Fazer força


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Ninguém pode medir o poder de destruição que a cólera exerce sobre os recursos da vida.

E, nas épocas de transição, quando se requisitam mais amplos recursos de tolerância entre aqueles que se complementam uns aos outros, na vida comunitária, uma atitude nomeada pelo espírito popular como seja “fazer força” é constantemente chamada a expressar-se, em quase todos os momentos, a fim de que os processos de irritação não se encaminhem para a delinquência.

Preservando a paz e a segurança, não nos bastará recomendá-las, mas sim empenhar-nos, sinceramente, na sustentação delas.

Trazes contigo um problema a exigir solução; entretanto, já sabes que é preciso “fazer força” para resolvê-los sem preocupações para os que te rodeiam, sob pena de ampliar-lhe as áreas de conflito.

Adquiriste certa enfermidade que te exaure as energias; contudo, é aconselhável te limites ao tratamento discreto, sem que te desmandes na queixa de modo a que não agraves sintomas na imaginação dos que te ouvem, com possibilidades de te agravarem a situação.

Tens o lar em desajuste, reunindo Espíritos antagônicos, corporificados em resgate de existências anteriores, mas o quadro geral das próprias lutas te pede devotamento máximo à serenidade e à paciência, de maneira que os entraves domésticos não se te convertam em martírio.

Sofreste prejuízos pela invigilância ou incorreção de amigos em cuja afetividade se te instalava a confiança, porém, é necessário saber sofre-los sem exceder-te em reclamações e críticas que acabariam atraindo forças negativas capazes de arrasar-te as melhores possibilidades de recuperação.

“Fazer força” para colaborar na tranquilidade dos outros é hoje um imperativo a observar criteriosamente em favor de nós mesmos.

Em verdade, ocorrências infelizes surgem atualmente, por toda parte; no entanto, precisamos refletir até que ponto teremos cooperado no colapso da resistência de quantos resvalam em desequilíbrio.

Seja onde for e seja com quem estivermos, precisamos “fazer força” para que azedume e nervosismo, cólera e aspereza, não apareçam nos grupos de trabalho que, porventura, integremos, porque se nos propomos a viver no Mundo Melhor de Amanhã, é lógico nos disponhamos a “fazer força” para construí-lo.




Emmanuel
Francisco Cândido Xavier


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